Vida em Foco | 9 de janeiro de 2024

O Seguro de Vida e a regra dos 5 Porquês!

Sempre me deparo com profissionais do nosso mercado de seguros, na maioria dos casos, Corretores de Seguros, que relatam, como motivo principal por ainda não atuarem com foco no segmento de Seguro de Vida Individual, a dificuldade de alcançar resultados em curto prazo. 

Alegam que “os clientes não demonstram interesse ao serem abordados”, o que desestimula o comercial da corretora, ou até mesmo o próprio corretor, a dar sequência e investir na operação.

Realmente não é simples e fácil, embora alguns, chamados de “influenciadores” das redes sociais, insistem em dizer que sim, que é simples, fácil, “desde que você compre um curso ou materiais deles”, é claro!

E porque não é tão simples vender um Seguro de Vida como é vender um seguro de automóvel?

Primeiro em razão da nossa cultura, nossa do mercado segurador mesmo, não da sociedade brasileira, de incentivarmos, divulgarmos, ofertarmos mais os seguros de bens, do patrimônio, do que o Seguro de Vida. Está, na minha modesta opinião, errado quem terceiriza essa responsabilidade para a sociedade, quando afirma “o cliente dá mais valor ao seu automóvel do que a sua família, é a cultura da sociedade brasileira”.

Não, isso não é verdade, o que ocorre é que, possivelmente, ninguém até hoje fez essa pergunta ao cliente, “o que é mais importante para você, seu veículo ou sua família, seu veículo ou a educação dos seus filhos”?

É o exercício da “teoria dos potes”, crie essa cena com seu cliente do seguro de automóvel, diga a ele, “imagine que na sua frente agora tenha dois potes, em um pote está escrito, proteção do seu automóvel, no segundo está escrito, proteção da moradia, alimentação, saúde e educação dos seus filhos, da sua família. Agora você tem em mãos uma única cédula, uma nota de cem reais, deposite a cédula no pote mais importante para você.”

Eu sou capaz de apostar que de cada 10 clientes abordados com essa simulação, 9 depositariam a cédula no pote de proteção da família! 

Portanto o cliente não se interessar pelo Seguro de Vida, que protege a sua família e valorizar somente o seguro do automóvel, não é uma questão de cultura da sociedade, mas da cultura do Corretor de Seguros, do profissional do nosso mercado, em não conhecer o seu cliente e ajudá-lo a tomar as decisões corretas.

Porém, mesmo diante das nossas dificuldades o mercado de seguros de vida vem crescendo, ano a ano, em arrecadações e também no volume de indenizações pagas, recursos devolvidos à sociedade, que aquecem a economia, enriquece o nosso país. 

A má notícia é que o Corretor de Seguros tem perdido a chance de ser o protagonista desse segmento, justamente por esbarrar no primeiro obstáculo, ou melhor, na primeira resposta do “por que eu não estou conseguindo vender”.

E aqui entra a regra dos 5 porquês aplicado ao Seguro de Vida!

Essa técnica, que eu utilizo sempre, não somente na vida profissional, nos mostra que a raiz dos problemas, as verdadeiras causas, nunca estão nas primeiras respostas, e sim a partir da quinta resposta de qualquer questionamento.

Vejamos:

  1. Por que eu não consigo vender o Seguro de Vida?
  • porque eu estou ofertando pouco.
  1. Por que eu estou ofertando pouco?
  • porque ao tentar as primeiras abordagens eu não tive sucesso. O cliente não quer falar a respeito.
  1. Por que os clientes não querem falar a respeito?
  • porque não enxergam as necessidades, acreditam que é somente uma tentativa de venda de mais um produto.
  1. Por que não enxergam as necessidades e enxergam como venda de mais um produto?
  • porque a minha abordagem é deficiente, não consigo apresentar os benefícios de forma convincente.
  1. Por que minha abordagem é deficiente e não consigo apresentar os benefícios de um Seguro de Vida ao cliente?
  • porque o Seguro de Vida não se vende como produto, mas como soluções. Eu não conheço detalhes da vida do meu cliente, seus objetivos e necessidades, portanto não consigo demonstrar os benefícios como soluções.
  1. Por que eu não conheço melhor meu cliente?
  • porque não pergunto nada a ele além dos dados do seguro de automóvel.
  1. Por que não faço as perguntas que me ajudariam a trabalhar corretamente o meu cliente?
  • porque não me sinto preparado para isso, preciso me capacitar.
  1. Por que não me capacito?
  • porque não dedico parte do meu tempo para isso. Tem a carteira de automóvel, sinistros, oficinas, assistências… Enfim, as respostas de sempre!

Poderíamos, nesse exercício, chegarmos até o 10⁰ ou 12⁰ porquê, e o convite, a dica é essa, faça você mesmo o seu exercício, descubra e trate a causa raiz dos seus problemas, caso os tenha, não somente sobre o Seguro de Vida, mas sobre a sua vida profissional.

Um novo ano chegou e nada melhor do que termos um diagnóstico correto para tratarmos nossas questões.

Feliz 2024, com Paz, Amor, Família, Saúde, ah, e muita Vida e Previdência!

Rogério Araujo

O objetivo da coluna é disseminar a cultura do Seguro de Vida e Previdência Privada Complementar junto à população brasileira e aos profissionais do mercado de seguros. Através de uma linguagem simples e didática pretende quebrar mitos e preconceitos em abordarmos temas tão importantes como gerenciamento de riscos pessoais, o risco de viver muito, sem recursos financeiros, o risco de vivermos pouco, uma morte prematura, e todos os demais riscos pessoais que possam comprometer um correto planejamento financeiro pessoal, familiar ou empresarial. Rogério Araújo é corretor de seguros, desde 1998, brasileiro, casado e pai de três filhos de sangue, Thiago, Gustavo e Leonardo, cujas as iniciais deram origem ao nome TGL Consultoria, empresa criada em setembro de 2004, especializada em soluções em Planejamento e Proteção Financeira, utilizando-se de ferramentas como Seguros, Previdência, Planejamento Previdenciário, Contábil e Tributário, junto aos seus mais de 30.000 clientes ativos. Além dos 3 filhos, Rogério Araújo tem os filhos de coração, são mais de 250 crianças e adolescentes do Projeto Social IDAP, criado e administrado há mais de 13 anos, e que atende a região de Ribeirão das Neves, cidade na região metropolitana de Belo Horizonte, inclusive na própria TGL trabalham alguns jovens oriundos do projeto, mas esse é um assunto que certamente será abordado em alguns artigos, o Seguro como ferramenta de transformação social.

Um comentário

  1. FONTANA CORRETORA

    9 de janeiro de 2024 às 17:00

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