Os clientes da operadora de saúde Amil serão atendidos em três hospitais da Rede D’Or no Rio somente até o dia 17 de setembro. As unidades deixarão de fazer parte da rede credenciada da empresa. O anúncio do descredenciamento foi feito no fim de julho.
Desde então, a Amil vem tentando ampliar as alternativas de atendimento hospitalar aos usuários, já que os beneficiários deixarão de ser atendidos no Copa D’Or, em Copacabana, no Jutta Batista, em Botafogo, e no Quinta D’Or, em São Cristóvão.
Para isso, a Amil acrescentou mais quatro hospitais às alternativas que já haviam sido listadas, conforme a cobertura prevista em cada contrato.
Entraram o Samaritano e o Vitória, na Barra da Tijuca, além de duas unidades para reforçar o atendimento pediátrico: Prontobaby Hospital da Criança, na Tijuca, e o Centro Pediátrico da Lagoa.
Veja a lista da Amil em hospitais alternativos
Na Zona Sul:
- Samaritano, em Botafogo
- Pró-Cardíaco, em Botafogo
- Hospital e Maternidade Santa Lúcia, em Botafogo
- São Lucas, em Copacabana
- Casa de Saúde São José, no Humaitá
- Centro Pediátrico da Lagoa
Na Zona Norte:
- Pasteur, no Méier
- São Vicente de Paulo, na Tijuca
- Pan-Americano, na Tijuca
- Prontobaby Hospital da Criança, na Tijuca
Na Barra da Tijuca:
- Vitória
- Samaritano
Pediatria
- Com a suspensão do Jutta Batista, para garantir atendimento de emergência e internação pediátricas na Zona Sul do Rio, a operadora está ampliando o credenciamento de serviços de pediatria que contem com especialistas 24 horas.
A queda de braço entre as duas empresas
Fontes de mercado avaliam que a atitude da Rede D’Or está ligada à negociações sobre valores de remuneração por prestação de serviços aos usuários da Amil. Procurada, a operadora explicou em nota que “o reajuste financeiro dos contratos de prestação de serviços com os respectivos hospitais já havia sido acordado e assinado em maio de 2024”.
Destacou ainda manter 70 unidades do grupo hospitalar credenciados pelo país, seguindo aberta ao diálogo com o parceiro.
Após ter sido comunicada da decisão do descredenciamento, a Amil teria contatado a Rede D’Or para saber se haveria algum ponto a ser revisado e que estivesse relacionado à decisão, conta uma fonte próxima às negociações.
O grupo de hospitais, contudo, teria mantido a decisão sem elencar justificativas ou reabrir conversas, diz uma pessoa com conhecimento das tratativas: “Foi sui generis porque, geralmente, há uma notificação (do descredenciamento) e, na sequência, uma renegociação entre as partes”.
O que diz a Rede D’Or
Procurada, a Rede D’Or informou que mantém diálogo aberto com a Amil.
O setor de saúde suplementar vem passando por movimentos de consolidação transversais. A Rede D’Or, maior grupo em hospitais em rede aberta no país, por exemplo, adquiriu a SulAmérica, que é uma seguradora de saúde.
Em junho passado, a Amil fechou um acordo com a Dasa, reunindo 25 hospitais dos dois grupos e dando origem a um dos maiores no país, ficando atrás apenas da líder do setor.
A disputa entre Amil e Rede D’Or não é de agora. Em meados de 2019, a operadora decidiu descredenciar 17 unidades do grupo hospitalar no país, sete deles no Rio de Janeiro. Na época, a explicação foi de que a decisão foi motivada por uma divergência sobre a forma de pagamento.
Número de usuários
Em junho daquele ano, a Amil somava 3,45 milhões de beneficiários em planos de assistência médico-hospitalar, segundo dados da ANS. Em dezembro, a carteira encolhera para 3 milhões. Dois anos depois, os dois grupos retomaram as relações comerciais.
No fim de 2023, a Amil foi comprada por José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp, com R$ 9 bilhões em passivos. De lá para cá, a Amil assumiu a gestão da carteira da Golden Cross, um caminho para ampliar a escala da operação.