Notícias | 23 de dezembro de 2022 | Fonte: CQCS l Karem Soares

Os desafios da indústria do Seguro com a guerra na Ucrânia e as perspectivas para 2023

Quando mencionamos o gerenciamento de riscos relacionado aos impactos da Guerra da Ucrânia, nenhuma região será poupada das consequências econômicas, em relação ao cenário geopolítico na Europa. As consequências do conflito foram mantidas em 2022 e cabem às seguradoras e as resseguradoras manterem a cautela ao avaliar as perspectivas de uma rápida solução, com objetivo de conter a redução dos prejuízos em 2023.

Segundo uma análise feita por Ilan Kajan, vice-presidente de riscos corporativos da Alper Consultoria em Seguros, o ano de 2023 ainda é uma fase de muitas incertezas, no que diz respeito ao que pode ser previsto, devido às consequências causadas por esse período. “A incerteza ainda prevalece, como por exemplo, a questão da guerra da Ucrânia e o impacto da falta de gás em toda Europa, a somatização ao inverno e a depender do rigor desse clima, com certeza gera um impacto na economia mundial. Isso afeta também, o mercado de seguros e resseguros, porque tem toda uma disrupção na cadeia logística. Existem também os impactos referentes à inflação, por escassez de commodities, por produtos que são exportados, sobretudo da Ucrânia e embargos de produtos russos”.

O executivo ainda ressaltou o papel das empresas seguradoras e resseguradoras, com objetivo de não sentir o impacto da sinistralidade nas carteiras. “Vivemos aquela famosa tempestade perfeita, porque por um lado, há um ambiente hostil e incerto de guerra, do outro tem toda questão macroeconômica relacionada à inflação no mundo inteiro, além da alta volatilidade. Somado a tudo isso, temos o aumento da sinistralidade da carteira das seguradoras ou das principais resseguradoras a nível global, especialmente com questões relacionadas aos impactos climáticos. Existe cada vez menos previsibilidade com as questões relacionadas ao clima. Por exemplo, o Seguro Rural, que nas últimas safras vem gera um volume de sinistros, como nunca ocorreu. Isso impacta outras linhas de negócios da seguradora”.

A guerra somatizada com toda a instabilidade mundial, o aumento na demanda de sinistros, traz uma resistência, principalmente no mercado ressegurador, que gera capacidade para as seguradoras. Nesse caso, ocorre uma redução dessa exposição nas companhias de seguros e resseguradoras, para assumir os riscos empresariais. Quando há redução da oferta, existe um impacto automático na precificação.

Sobre as perspectivas para 2023 e a visão da Alper, no que diz respeito ao cenário socioeconômico, no que se refere a guerra da Ucrânia, Kajan afirmou que tudo está conectado. E a finalidade dos seguradores e resseguradores, é recuperar os prejuízos. “Existe um contexto macro e microeconômico, e naturalmente, como o mundo é conectado, as coisas estão sempre inter relacionadas, não dá para pensar numa carteira de seguros e pensar que ela não vai impactar em outra linha de negócios. E muitas vezes, os players e os resseguradores são os mesmos, então o objetivo é buscar recuperar as perdas. Às vezes, ficamos muito restritos à realidade do próprio segurado”.

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