Notícias | 5 de fevereiro de 2021 | Fonte: Sindseg-SP

Tempo Assist troca CEO e terá nova fase após acordo com a Caixa

O Valor Econômico relata que a Tempo Assist vai trocar de comando. Após dez anos na diretoria da companhia, Gibran Marona vai deixar o dia a dia e ir para o conselho de administração, enquanto Roberto Rittes chega para liderar o novo momento da empresa de assistência emergencial. Em janeiro, a Tempo assinou um contrato para ter exclusividade no balcão da Caixa por 20 anos, pelo qual pode pagar até R$ 70 milhões. Controlada desde 2015 pela gestora Carlyle – que tem uma fatia de 62%, com outros 30% nas mãos da Swiss Re – a Tempo Assist é a maior empresa de assistências especializadas do mercado brasileiro.

Esse segmento ainda é pequeno no país, mas na Europa, por exemplo, o mercado é enorme. A Tempo Assist tem quase 25 milhões de clientes, sendo cerca de 20% em automóveis, 28% em residências e 52% em pessoas, em que um dos principais produtos é assistência funerária. A companhia presta quase 2 milhões de assistências por ano e para isso conta com uma rede de 22 mil parceiros. Em assistência, geralmente a frequência de uso é de três a quatro vezes maior do que em um produto tradicional de seguros.

Com uma rede tão grande de parceiros e uma ampla base de clientes, cada vez mais a tecnologia tem um papel essencial para diminuir custos e reduzir o tempo de atendimento. Os algoritmos da companhia conseguem escolher o melhor prestador de serviço para o cliente, considerando localização, horário, dia da semana, entre outros dados. Ainda assim, a pandemia de coronavírus alterou os hábitos de muitas pessoas, afetando a rotina da Tempo Assist.

“Antes da pandemia, com nossos sistemas eu conseguia saber que numa segunda-feira de manhã geralmente tínhamos cerca de seis atendimentos perto da Ponte Cidade Universitária. Com a pandemia, muitas pessoas foram para casas de campo, de praia, e nós tivermos de nos adaptar. Temos quase 500 cidades nas quais antes quase não fazíamos atendimentos e que hoje têm uma relevância importante”, conta Marona.

No caso da parceria com a Caixa Seguridade, será criada uma nova joint venture, chamada XS6, na qual a companhia estatal terá uma fatia de 75% e a Tempo, os 25% restantes. Para ter exclusividade por 20 anos no balcão da Caixa, a Tempo pagou R$ 30 milhões e pode desembolsar mais R$ 40 milhões a depender do cumprimento de determinas metas.

A previsão é que a XS6 já atinja o ‘break-even” no primeiro ano, mas em 2021 sua contribuição para o resultado da Tempo ainda deve ser muito pequena. Enquanto isso, a Tempo quer ampliar as linhas voltadas ao consumidor final e trabalha em outras parcerias, como, por exemplo, com uma grande varejista, na qual vai prestar os serviços de montagem de móveis.

Como o acordo ainda não está fechado, o nome dessa varejista não pode ser revelado. Aquisições de companhias que completem sua estratégia também não estão descartadas. Rittes, que foi CEO da Nextel e tem passagens por Boa Vista, H.I.G Capital, UBS, Brasil Telecom, entre outros, diz que a primeira missão da Tempo é tentar suprir cada vez melhor as necessidades dos clientes, aumentando a fatia B2B2C, inclusivo para consumidores que não possuem seguros. “É uma jornada de longo prazo, temos que tornar a marca mais conhecida, construir canais de distribuição, mas existe sim espaço para crescer”.

Marona diz que o mercado tradicional de assistência no Brasil é estimado em R$ 3,5 bilhões. Se esse universo for expandido para serviços como montagem de móveis, instalações, pequenas reformas, o mercado endereçável sobe quase R$ 250 bilhões.

Em 2019, a Tempo teve receita de 800 milhões e Ebitda de R$ 155 milhões. Os números de 2020 ainda não foram auditados, mas Marona diz que a pandemia fez com que eles andassem meio de lado. Um aumento muito forte na sinistralidade prejudica a companhia no curto prazo. “Ainda assim, a gente gosta disso, porque significa uma expansão do mercado, e um aumento de receita para nós em três, seis ou 12 meses”, comenta.

A Tempo Assist hoje é uma empresa bem diferente da Tempo Participações, que teve ações na bolsa entre 2007 e 2016. Aquela holding, além da área de assistência, contava também com outras linhas de negócio. Marona diz que não há intenção de realizar um IPO no curto prazo, mas Rittes diz que essa pode ser uma opção em um prazo mais longo.

FAÇA UM COMENTÁRIO

Esta é uma área exclusiva para membros da comunidade

Faça login para interagir ou crie agora sua conta e faça parte.

FAÇA PARTE AGORA FAZER LOGIN