Enquanto a Câmara aprova um projeto de lei que reajusta salários e reestrutura carreiras de servidores do Executivo federal, servidores não estatutários da Casa estão indignados com outro reajuste: do plano de saúde.
Funcionários de gabinetes foram surpreendidos com um comunicado da Allcare anunciando um aumento de 29,7% no preço da mensalidade do plano coletivo da Amil a partir deste mês. A alta é mais de cinco vezes superior à inflação acumulada nos últimos 12 meses.
Segundo o comunicado, o reajuste anual está previsto na proposta de adesão e sua aplicação “respeita as regras de periodicidade definidas na legislação vigente, norma editada pela ANS e as definidas no contrato vigente”.
Ainda de acordo com o documento, o percentual definido resulta de “negociação harmônica” entre administradora, operadora e entidade de classe. O cálculo, diz o texto, é baseado nos custos dos serviços médicos e/ou hospitalares, frequência de utilização e despesas administrativas no período.
Apesar disso, o percentual não caiu nada bem entre os não estatutários. No ano passado, por exemplo, o reajuste foi de 19%.
Questionada, a Amil justificou que “no contrato empresarial em questão, o reajuste foi o mínimo necessário para garantir o equilíbrio entre receita e despesa (sinistralidade) e foi definido em comum acordo entre a entidade que representa os funcionários e a administradora de benefícios contratada por essa mesma entidade de classe e a operadora de saúde, nos termos contratuais vigentes”.
A empresa acrescentou ainda que “o índice reflete a maior utilização do plano de saúde pelos associados, somada à variação dos custos médico-hospitalares nos últimos doze meses”.