Notícias | 7 de fevereiro de 2024 | Fonte: Contilnet

Qualidade das rodovias faz indenizações do seguro dispararem na Região Norte

Com a quarta maior malha rodoviária do mundo, o Brasil possui 1.720.700 quilômetros de estradas e rodovias, das quais 13.858 quilômetros estão no Norte do país sob a administração do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A qualidade da malha rodoviária é extremamente relevante para o desenvolvimento geopolítico e econômico da região, com implicações diretas no risco à segurança dos usuários e na elevação dos custos operacionais. Esse cenário tem se refletido no alto índice de indenizações pagas pelas seguradoras, para cobrir prejuízos causados por acidentes associados à péssima qualidade das estradas.

A região Norte, que detém as estradas com pior estado de conservação do país de acordo com pesquisa recente da Confederação Nacional de Transportes (CNT), foi a que registrou o maior índice de pagamento de indenizações no modal rodoviário do seguro do Transportador Rodoviário de Cargas em 2023. Um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostrou que essa modalidade de seguro, que cobre os prejuízos causados aos bens e mercadorias segurados de terceiros durante o seu transporte, pagou, na região, mais de R$ 17,9 milhões em indenizações entre janeiro e novembro do ano passado, alta de 64% se comparado com o mesmo período de 2022. O elevado valor caminha em paralelo com a baixíssima qualidade da malha viária nos sete estados do Norte.

Segundo a pesquisa da CNT, publicada em janeiro deste ano, o Norte brasileiro possui o maior índice de rodovias com pontos críticos por 100 quilômetros. O cálculo da densidade (ocorrências identificadas divididas pela extensão pesquisada) é de 6,9, três vezes superior à média nacional, de 2,3.

Na segmentação por estados, a CNT indica que o Acre, Roraima e Amazonas tiveram os piores índices nacionais, com 27,8, 11,8 e 11,6, respectivamente.

Em valores absolutos, os estados que mais indenizaram o transportador foram: o Pará, com R$ 8,8 milhões; o Tocantins, com R$ 3,5 milhões; Rondônia, com R$ 2,9 milhões; e o Amazonas, com R$ 2 milhões. Acre (R$ 317,3 mil), Amapá (R$ 234 mil) e Roraima (R$ 49,1 mil) completam a lista.

Na avaliação do vice-presidente da comissão de Transporte da FenSeg, Marcos Siqueira, sem a proteção do seguro, o cenário poderia ser ainda pior. “A situação crítica das estradas do Norte do país teria um impacto de proporções muito maiores na economia da região se os transportadores locais não contassem com as coberturas do seguro de transporte”, afirma.

Siqueira salienta que este é um dos poucos seguros obrigatórios no país, que conta com a fiscalização da Agência Nacional de Transportes (ANT). “Esse dado apenas confirma o caráter social do seguro, no sentido da sua capacidade de garantir a sustentabilidade dos negócios, evitando a falência desses empreendedores que viabilizam o fornecimento de alimentos e diversos produtos para todos os pontos do país”, acrescenta.

Nacionalmente, as rodovias federais foram as que apresentam o pior estado de circulação para o motorista, com densidade de 2,63. E as sob gestão pública tiveram uma performance ainda mais negativa, com 3,03 pontos críticos por 100Km. A malha viária sob gestão privada, de acordo com a CNT, apresentou apenas 58 pontos críticos nos 26.093 quilômetros pesquisados, sendo a mais segura para os motoristas. Esse dado é avalizado pelo relatório da ABCR (Melhores Rodovias do Brasil), que apontou que o risco de acidentes nas rodovias federais públicas é 3,2 vezes maior que em concedidas – 2,4 contra 0,7 (mil por milhão de veículos x km), respectivamente.

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