Uma loja do grupo Stuttgart, representante oficial da Porsche no Brasil, foi invadida por um grupo de nove suspeitos, que renderam o vigilante, e roubada no último domingo (20), em São Paulo (SP). Segundo o boletim de ocorrência do 27º Distrito da Polícia Civil, os criminosos dirigiram-se diretamente à oficina mecânica da loja, com objetivo de roubar peças de alto valor, que podem custar até R$ 40 mil reais. Frente a este caso, o CQCS conversou com o especialista Dorival Alves para entender quais coberturas podem ser acionadas em situações como esta.
O advogado, corretor de seguros, diretor do Sindicato dos Corretores de Seguros no Distrito Federal (Sincor-DF) e delegado representante da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Dorival Alves, destaca que o roubo é um alerta sobre a crescente insegurança que afeta o setor de veículos de luxo e acredita que a proteção através de seguros é uma medida estratégica e necessária para garantir a continuidade e segurança das operações comerciais.
“É crucial que as concessionárias e oficinas mecânicas considerem a contratação de seguros específicos. Eles [seguros] oferecem proteção contra diversos riscos, como incêndios, roubos e danos a veículos de terceiros, garantindo a continuidade do negócio”, explica Alves. “As coberturas mais comuns incluem danos materiais, responsabilidade civil e perda de lucros, além de opções adicionais”, completa.
Para o especialista, em casos como o da loja Stuttgart, é possível que o seguro empresarial cubra o roubo de peças automotivas de alto valor, como faróis, lanternas e rodas. No entanto, ressalta que depende das condições específicas da apólice. “A apólice mais comum para cobrir roubos em oficinas mecânicas e concessionárias é a ‘Bens Empresariais’ ou ‘Seguro Patrimonial’, que geralmente cobre danos e perdas de bens materiais, incluindo ferramentas, peças e veículos”, pontua.
Caso as peças roubadas estejam instaladas em veículos de clientes, a cobertura do seguro da loja pode não ser suficiente. Isso porque, em determinadas situações, é necessário contratar o seguro de responsabilidade civil específica, que ofereça danos ou perdas a veículos que estão sob a guarda da empresa. “Essa cobertura garante que a loja possa indenizar os clientes pelos prejuízos”, ressalta Dorival.
Quanto ao roubo e destruição dos HDs dos computadores, o seguro empresarial pode cobrir desde que haja, na apólice, cobertura para bens materiais e equipamentos eletrônicos. Caso os HDs roubados contenham dados pessoais ou informações sensíveis dos clientes, é necessário contar com uma cobertura específica para responsabilidade civil por violação de dados.
“No Brasil, essa cobertura ainda é relativamente nova, mas algumas seguradoras já oferecem apólices que protegem contra reclamações relacionadas a vazamentos de dados, especialmente com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, enfatiza.
Antes de contratar um seguro, independente de qual seja, é recomendável consultar um corretor especializado para entender as reais necessidades do cliente e indicar as melhores opções disponíveis no mercado securitário brasileiro.