Sem recursos para investir, o governo quer fazer parcerias com a iniciativa privada para financiar a conclusão de projetos de irrigação nas margens do Rio São Francisco e do Vale do Parnaíba. A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vinculada ao Ministério da Integração Nacional, tem um orçamento global de R$ 400 milhões este ano, mas apenas R$ 80 milhões serão destinados para obras de irrigação.
– Precisaríamos de US$ 60 milhões (cerca de R$ 180 milhoes) para tocar todos esses investimentos – afirmou o presidente da empresa, Luiz Carlos Everton de Farias, em entrevista ao Jornal do Brasil.
Diante deste cenário, Everton Farias aguarda com ansiedade a aprovação do projeto de lei, que regulamenta a parceria entre o governo e a iniciativa privada, para começar a oferecer os projetos de irrigação aos investidores. A expectativa do governo é de que as Parcerias Público-Privadas (PPP) sejam aprovadas ainda no mês de agosto. Se esse cronograma for cumprido, a irrigação poderá começar a se beneficiar destas parcerias já no ano que vem.
– Embora ainda não tenha sido aprovada pelo Congresso, nós estamos vislumbrando na PPP uma grande oportunidade para que projetos inacabados possam ser atrativos para uma parceria com o setor privado.
Segundo o presidente da Codevasf, grandes grupos internacionais já manifestaram interesse em colocar recursos em projetos de irrigação. Ele explicou que esses projetos desenvolvidos nas margens do rio podem ser altamente viáveis financeiramente para o investidor. Em 30 anos, o governo destinou US$ 900 milhões para 26 perímetros de irrigação nos vales do São Francisco e do Parnaíba. O retorno anual chega a US$ 455 milhões. Atualmente, a Codevasf tem 105,7 mil hectares irrigados.
– Estou colocando a irrigação como alternativa forte para suprir essa deficiência de emprego e renda no país – afirmou, lembrando que a irrigação é uma das atividades com menor custo de geração de emprego.