Abrindo a rodada de debates do Congresso Sul Brasileiro dos Corretores de Seguros, o Brasesul Mulher reuniu, nesta quinta-feira, 20 de março, grandes executivas e corretoras para discutir os desafios e oportunidades para mulheres em posições de liderança no mercado de seguros, destacando iniciativas que impulsionam a equidade e o empoderamento.
Realizado pela Escola de Negócios e Seguros (ENS), o 4º Estudo Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil (2022) concluiu que as mulheres representam 54% da força de trabalho nas seguradoras e ocupam 31% dos cargos de liderança. O levantamento também apontou avanços: 56% das seguradoras já adotavam políticas de equidade de gênero em 2021, um aumento significativo em relação aos 28% registrados em 2015. Entre as executivas entrevistadas, 70% reconheceram melhorias na participação feminina no setor, mas 60% ainda não enxergavam igualdade de oportunidades.
De acordo com Genesi Cassol, diretora de eventos do Sincor-RS, o Brasesul Mulher foi mais do que um evento; foi um espaço de transformação. “Estamos reunidos com mais de 600 mulheres, mulheres inspiradoras e cheias de potencial, representando os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Esse é um marco histórico, porque é o primeiro encontro de mulheres dos três estados”, disse a executiva. “Cada conversa e cada ideia trocada é um passo a mais na direção de um futuro onde as mulheres possam ocupar seu espaço”, acrescentou.
Patrícia Chacon, Chief Operating Officer (COO) da Porto Seguro, participou do painel e destacou como sua carreira é regida por otimismo. “Para mim, uma coisa que fez diferença nesses anos foi o otimismo. Fazer o trabalho bem e com dedicacão”, disse. Apesar do otimismo, a executiva lembrou que o mercado corporativo possui obstáculos visíveis.
“Um dos maiores obstáculos do mundo corporativo é quando a gente não pergunta o que a mulher quer fazer, em termos de oportunidades”, explicou. Segundo Patrícia, um forte exemplo disso é a empresa responder pela colaboradora, em vez de perguntar, antecipando uma ação por conta de filhos que esta possa ter, por exemplo. A Pesquisa Mães 2024, realizada pelo marketplace Catho, mostra que pelo menos 40% das mães acreditam ter perdido oportunidades de promoção ou desenvolvimento na empresa pelo fato de terem filhos.
Embora não tenha enfrentado obstáculos na hora de agarrar as oportunidades, Valdirene Secato, diretora de Recursos Humanos, Universeg, Sustentabilidade e Ouvidoria do Grupo Bradesco Seguros, reconheceu que as mulheres têm desafios, mas, atenta a isso, ela se propõe a revolucionar. “Não tive o desprazer de alguém não me dar oportunidade. Sempre me perguntaram se eu queria”, disse. Agora, ela tenta replicar essa prática: “Como líderes que somos, acabamos tendo a responsabilidade também deste cuidado”, destacou.
Para escolher as pessoas que assumem as cadeiras, não há barreiras: “não tem gênero. É meritocracia pura”, disse Valdirene. O foco do Bradesco é escolher a pessoa certa para ocupar o cargo necessário, considerando suas habilidades e competências. E trabalhando na equidade, o quadro de funcionários da companhia é composto por 60% de mulheres e 40% de homens.
Andreia Padovani, diretora comercial Varejo Minas Gerais da Tokio Marine e presidente do SindSeg MG/GO/MT/DF, também reforçou o trabalho feito pela seguradora quanto à equidade. Atualmente, as mulheres representam 56% do quadro de funcionários da empresa, prezando pela diversidade, mas, ainda mais do que isso, por equipes que se complementam.
“Há políticas corporativas sólidas. As empresas, assim como a Tokio, estão cada vez mais acreditando e apoiando as mulheres a consolidar as carreiras e vida pessoal”, contou Andreia, “A Tokio tem se preocupado com questões de equidade, para dar a oportunidade para as pessoas que tem habilidade e competência para aquela função”, disse a executiva.