Teto | 14 de dezembro de 2023 | Fonte: TETO

TETO realiza primeira construção comunitária no Distrito Federal

Nos dias 25 e 26 de agosto, a TETO, uma das instituições apoiadas pelo CQCS, realizou sua primeira construção na capital do Brasil. A organização construiu moradias de emergência ao lado de cinco famílias na Ocupação Dorothy Stang, localizada em Sobradinho, e a 22 quilômetros do centro de Brasília, Distrito Federal. 

A comunidade surgiu em 2015, e seu nome é uma homenagem à ativista Dorothy Stang, que dedicou a vida à defesa dos direitos humanos e da preservação ambiental na Amazônia. O local é cortado por 12 ruas que não possuem infraestrutura básica. Lá existem diversas famílias que ainda vivem em casas feitas a partir de materiais improvisados, como sobras de madeiras e lonas. Nesse contexto, as moradias emergenciais oferecem mais conforto, segurança e dignidade para os moradores.

“Foi uma construção muito importante para nós por ser a primeira na região. É emblemático chegar neste ano na Ocupação Dorothy Stang, que tem uma história de luta. Contamos com uma equipe voluntária muito boa lá, e isso acabou reverberando no resultado da construção. A comunidade também se uniu à equipe e se fez presente durante todo o processo. Conseguimos ter uma construção de muito sucesso, foi importante para nossa expansão e para reafirmar essa base de voluntários em Brasília”, conta Daniel Nascimento, voluntário na área de comunicação da TETO no Centro-Oeste. 

Nos dias 9 e 10 de setembro, a TETO realizou a pintura das moradias e o encerramento da construção comunitária. Em breve, a organização também fará uma ECO (Escutando Comunidades) na ocupação. Nessa atividade, a TETO aplica um censo e levanta dados quantitativos e qualitativos que revelam a realidade da comunidade e apoia à identificação das principais necessidades e a priorização de futuros projetos de infraestrutura.

Famílias que construíram com a TETO

Uma das moradoras da comunidade é a piauiense Maria dos Anjos, ou Dona dos Anjos, como prefere ser chamada, que tem 55 anos. Ela foi para o entorno do Distrito Federal com oito anos e se mudou para Dorothy Stang no ano de 2015. Maria é mãe solo de oito filhos, sendo que quatro moram com ela na ocupação: Matheus, Kauan, Kauane e Guilherme. 

Maria ficou muito feliz com sua nova casa. Segundo ela, as chuvas provocaram fortes alagamentos em sua residência, o que não irá mais acontecer. Seus filhos ficaram tão entusiasmados com o novo lar que se organizaram para ajudar os voluntários e voluntárias da TETO, enquanto a mãe se prontificou a preparar o café para dar energia à equipe.

Uma história de recomeço 

Natural de Formosa (GO), Luciana de Fátima também mora na comunidade. Ela é mãe de seis filhos e avó de três netos e foi para o Distrito Federal há aproximadamente 15 anos para morar com a mãe, Maria Aparecida, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

Luciana e a mãe possuem trajetória de resistência e perseverança em busca de moradia digna. Desde que chegaram a Brasília, passaram por diversas ocupações até o estabelecimento na comunidade Dorothy Stang, em 2016. E, mesmo na comunidade, não foram poucos os obstáculos que tiveram que ser superados até a permanência da família em seu lote.

Apesar do jeito tímido, movimentos cuidadosos e suas poucas palavras, os olhos de Luciana brilham quando fala do que mais gosta na comunidade Dorothy: “As pessoas!”. Os vizinhos e toda a comunidade sempre demonstram muita solidariedade e cuidado com ela.

A construção da moradia de emergência também pode contribuir para que a filha caçula de Luciana, que hoje mora em outro estado, se mude para o Distrito Federal, para ficar ao lado da mãe e lhe dar ainda mais alegria.

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