Notícias | 3 de setembro de 2004 | Fonte: O Dia

Uma trama diabólica

Estudante é presa por mandar matar o marido. Ela queria receber seguro de vida, carro e casa

A estudante de Direito Simone de Melo Lodi, 32 anos, foi presa ontem de manhã dentro da sala de aula na Universidade Estácio de Sá, em Jacarepaguá, por agentes da Delegacia de Homicídios Oeste. Em depoimento, acabou confessando que havia tramado a morte do marido, o gerente de banco Roberto Gil Lodi, 43, para ficar com o dinheiro do seguro de vida dele, no valor de R$ 750 mil, além de um Golf e uma casa no Condomínio Bosque dos Esquilos, em Jacarepaguá. Dois cúmplices da mulher também foram pegos ontem. Um PM, também envolvido no assassinato, já estava preso por outro crime. Ela chegou a receber metade do seguro (R$ 375 mil).

Anderson Santos da Silva, 29 anos, foi preso dentro de um curso de vendas, em Copacabana. Ele contratou, para Simone, os dois assassinos: o pistoleiro Alexsander Cardoso Rocha, 34, que foi pego dentro de casa, na Gardênia Azul, em Jacarepaguá, e o soldado PM Christiano Machado Rangel, 26, lotado na 1ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), no Palácio Guanabara, que pilotou a moto usada durante o crime.

Segundo o delegado Bruno Gilaberte Freitas, que elucidou o caso, no dia 13 de abril, Simone ligou para o marido, às 18h, e combinou de encontrá-lo na Estrada de Jacarepaguá, bairro Jardim Clarice, onde ela estaria consertando o Golf dele. Às 20h30, ele desceu de um frescão no local, mas só teve tempo de avistar a mulher. Logo em seguida, levou seis tiros: cinco na cabeça e um no peito. Os disparos foram feitos por Alexsander, que estava na garupa da moto Honda 500 cilindradas pilotada pelo PM Christiano.

Calculista, Simone carregou o marido nos braços e, depois de colocá-lo no Golf, levou-o para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde o gerente já chegou morto.

Pagamento pelo crime foi divido pelos bandidos

De acordo com o delegado, os pistoleiros foram contratados por Anderson, primo do amante de Simone, Glaudson Santos de Azevedo, 36 anos. Anderson recebeu R$ 7 mil e os dividiu com os cúmplices. O PM ficou com R$ 1 mil, Alexsander ganhou R$ 3 mil e Anderson ficou com o restante.

O policial contou que moradores do Condomínio Bosque dos Esquilos reconheceram o grupo. Outro fato que ajudou a polícia a chegar aos assassinos é que, logo depois de matarem o gerente, a motocicleta enguiçou a 100 metros do local. Os dois matadores e a mulher perderam alguns minutos tentando consertar o veículo, antes de fugir a pé.

(Colaborou Nelson Carlos de Souza)

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