Durante muito tempo, o seguro de vida foi visto como um tema delicado, um assunto evitado por medo ou tabu, geralmente associado à morte. No entanto, esse cenário está mudando. Nos últimos anos, especialmente após a pandemia de Covid-19, o produto ganhou uma nova dimensão, passou a oferecer benefícios em vida e vem conquistando espaço no planejamento financeiro das famílias brasileiras.
Apesar disso, a penetração do seguro de vida ainda é tímida: apenas 18% da população possui algum tipo de cobertura, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). “Ainda existe uma percepção limitada, como se o seguro de vida fosse algo distante da realidade dos brasileiros. Mas, cada vez mais, ele se firma como um instrumento acessível de proteção pessoal”, afirma José Luiz Florippes, diretor de vendas de seguros da Omint.
Mas afinal, o que é o seguro de vida individual e por que ele merece atenção?
Proteção em todas as fases da vida
O seguro de vida é, essencialmente, um contrato entre uma pessoa e uma seguradora. O segurado paga um valor periódico, chamado prêmio, em troca de uma indenização financeira em caso de eventos previamente definidos na apólice. Tradicionalmente, esse valor era pago aos beneficiários indicados pelo segurado em caso de falecimento, a chamada cobertura por morte.
Porém, o mercado evoluiu. Atualmente, os seguros oferecem coberturas em vida, permitindo que o segurado receba indenizações em situações como:
● Diagnóstico de doenças graves
● Invalidez permanente por acidente
● Diárias por internação hospitalar
● Quebra de ossos
● Proteção cirúrgica
Essa mudança amplia o papel do seguro de vida, que deixa de ser apenas uma proteção pontual para se tornar uma ferramenta estratégica capaz de evitar que famílias enfrentem crises financeiras diante de eventos antes imprevisíveis, como doenças graves ou acidentes incapacitantes. Com planejamento e informação, esses riscos podem ser previstos e mitigados.
O seguro atua, assim, como um amortecedor financeiro em momentos de vulnerabilidade, dando estabilidade e segurança. “Cada vez mais, o seguro de vida integra um planejamento financeiro inteligente, oferecendo previsibilidade e suporte em situações que, anteriormente, deixavam as pessoas desamparadas. Essa é a principal evolução do produto nos últimos anos”, completa Florippes.
Por que contratar um seguro de vida?
O seguro de vida tem como principal objetivo oferecer segurança financeira em momentos críticos, seja para garantir estabilidade aos dependentes em caso de falecimento, seja para amparar o próprio segurado diante de um diagnóstico de doença grave ou da perda de capacidade de gerar renda.
Ao contrário do que muitos ainda acreditam, o seguro de vida não é exclusivo para pessoas mais velhas. Jovens, adultos, profissionais autônomos, pais com filhos pequenos, empreendedores, todos podem (e devem) considerar essa proteção como parte essencial de seu planejamento pessoal e familiar.
“O seguro acompanha o ciclo de vida das pessoas. É relevante tanto para quem está iniciando a vida adulta e começando a construir patrimônio quanto para quem já tem dependentes e precisa planejar a sucessão patrimonial. Trata-se de um instrumento de proteção versátil e cada vez mais personalizável”, explica o executivo.
Outro diferencial importante é que o valor da indenização é isento de imposto de renda e não entra em inventário. Isso garante que os beneficiários recebam os recursos com agilidade, sem depender de trâmites legais demorados.
Assistências que tangibilizam o seguro
Além das coberturas tradicionais, algumas modalidades de seguro de vida oferecem serviços adicionais, conhecidos como assistências. Esses recursos agregam praticidade ao dia a dia do segurado e aumentam a percepção de valor do produto. Entre os serviços disponíveis, destacam-se:
· Residencial: serviços emergenciais, como encanador, chaveiro, eletricista etc.
· Pet: assistência para cães e gatos, incluindo transporte veterinário de emergência, consultas e vacinação domiciliar.
· Nutricional: orientações sobre alimentação e incentivo a hábitos saudáveis.
· Vítima de crime: apoio em casos de agressão, roubo ou furto.
· Suporte de informática: ajuda por telefone para uso de computadores.
· Aconselhamento psicológico: atendimento telefônico com psicólogos.
Termos específicos do setor
Os jargões do setor de seguros são um dos grandes obstáculos para a popularização do produto. Os mais comuns são:
● Apólice: é o documento que formaliza o contrato do seguro, descrevendo coberturas, valores, carências e condições.
● Beneficiário: pessoa indicada pelo segurado para receber a indenização em caso de morte.
● Capital segurado: valor a receber conforme a cobertura contratada.
● Carência: período após a contratação em que o seguro ainda não cobre determinados eventos.
● Indenização: é o valor pago pela seguradora ao segurado ou aos beneficiários quando ocorre um evento previsto em contrato.
● Prêmio: é o valor que o segurado paga à seguradora pela cobertura contratada, geralmente a cada mês.
● Sinistro: é o evento inesperado coberto em apólice.
Como contratar?
A contratação pode ser feita por meio de corretores, plataformas digitais ou diretamente com as seguradoras. É fundamental avaliar com atenção as coberturas oferecidas, os valores segurados e os períodos de carência. O seguro pode ser customizado de acordo com o perfil e as necessidades de cada pessoa.
Um passo de cuidado e planejamento
Contratar um seguro de vida não é um ato de pessimismo, pelo contrário, é uma escolha responsável, que demonstra cuidado com quem importa e com o próprio futuro, destaca Florippes. “Com a ampliação das coberturas em vida, o seguro deixou de ser um ‘plano para quando eu não estiver aqui’ e passou a ser um verdadeiro aliado no dia a dia. Compreender seu funcionamento é o primeiro passo para quebrar tabus e conquistar mais tranquilidade no presente”, conclui.