Seguro de saúde para animais de estimação como cães, gatos, pássaros, e até répteis, é um setor em plena expansão nos EUA. Hoje, cerca de 600 mil animais de estimação, aproximadamente 1% da população de bichos de estimação do país, possuem cobertura de planos de saúde, oferecidos por 12 seguradoras.
Os animais de estimação muitas vezes são considerados como parte da família, merecedores dos mesmo gastos com necessidades médicas que os donos. Os americanos gastaram no ano passado mais de US$ 9 bilhões (R$ 17 bilhões) com assistência de saúde para seus fiéis companheiros, sendo que desta quantia, US$ 230 milhões (R$ 430 milhões) foram destinados a seguros para animais, de acordo com a consultoria Consumer Reports.
O negócio aqueceu para valer ao final da década de 1990, quando seguradoras como a Veterinary Pet Insurance, a maior e mais antiga do setor no mercado, começou a oferecer planos de saúde que reembolsavam os donos de animais por visitas constantes ao veterinário.
“Com o cuidado preventivo, tivemos um aumento significativo de adesões”, contou Brian Iannessa, porta-voz da VPI em Brea, na Califórnia, que detém cerca de 75% de participação de mercado. “Três anos atrás tínhamos duas concorrentes, mas agora existem mais oito ou nove e outras devem chegar ao mercado”.
Custos
A VPI processou cerca de 847 mil solicitações no ano passado, a média era de US$ 300 (R$ 570,00), sendo as mais comuns relacionadas a doenças de pele variando desde dermatites até tumores benignos.
A Associação Americana de Hospitais de Animais afirma que os exames físicos anuais de cães, já com as vacinas, custam por volta de US$ 146 (R$ 280,00). A quantia média para gatos é de US$ 120 (R$ 230,00).
Os custos médicos começam a se acumular quando o animal necessita de cirurgia, normalmente em caráter de emergência. O custo médio da cirurgia é de US$ 785 (R$ 1.500,00) para cães e US$ 516 (R$ 980,00) para gatos, de acordo com a Associação Americana de Fabricantes de Produtos para Animais. Além disso, cerca de 400 animais por ano, na maioria cães, são submetidos à cirurgia de inserção de marca-passo no valor de US$ 3 mil (R$ 5.700,00).
Planos
Assim como o “seguro humano”, no jargão do setor, os planos variam. O que é ou não coberto pode variar, abrangendo desde apenas remédios e internação até tratamentos de câncer e assistência a emergências. Os custos variam dependendo do animal e da raça, ficando em média em cerca de US$ 40 (R$ 76,00) por mês por um plano completo.
Existem diversos itens que não recebem cobertura, inclusive algumas doenças associadas a determinadas raças. Doenças preexistentes também costumam ser excluídas, assim como ferimentos que se tornam permanentes.
Outra diferença em relação ao seguro humano é o modo de pagamento da conta.
Nos EUA, as solicitações de uma pessoa, em geral, são tratadas pelo fornecedor do serviço médico e o segurado é responsável pelo pagamento mútuo. No mundo animal, o dono efetua o pagamento e depois solicita reembolso.
Vale a pena?
Há também quem ache que o custo-benefício não vale a pena. Whitney Appelgate de Nunn, no Colorado, adquiriu um plano para seu rottweiler Teddy, de dois anos, mas achou que os custos superavam os benefícios e cancelou o serviço.
“Paguei US$ 600 por um exame dentário de rotina que acabou com algumas complicações”, contou Appelgate. “Só recebi US$ 100”.
O seguro possui uma vantagem fundamental: ajuda a evitar que você tenha de decidir o destino do animal considerando apenas o fator econômico.
“Se você ama o seu animal, deve evitar enfrentar uma situação em que tenha que tomar uma decisão de vida ou morte baseada em dinheiro”, disse Jim Merullo de Natick, Massachusetts.
Seu gato Jasper, de 12 anos, passou por um longo tratamento para uma doença desconhecida que acabou custando US$ 2 mil (R$ 3.800,00), uma conta que, segundo Merulla, ele teria se recusado a pagar se soubesse de antemão que ficaria tão alta.