Notícias | 27 de novembro de 2006 | Fonte: ValorOnline

Seguro da CSN fica mais caro e difícil

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está encontrando dificuldades para renovar suas apólices de seguros. As seguradoras estão pedindo prêmios em dobro e uma franquia maior por conta do acidente com o alto-forno (AF-3) da CSN em janeiro deste ano, cujos prejuízos foram estimados de US$ 550 milhões.

O seguro teria que ser renovado anteontem. A empresa, porém, não conseguiu. Para aceitar uma prorrogação do prazo para a renovação, as seguradoras estão pedindo taxas bem mais altas. Os prêmios pedidos duplicaram, passando de US$ 7,8 milhões para US$ 17,5 milhões. Além disso, o valor da franquia, que era de US$ 10 milhões, foi aumentado em mais US$ 25 milhões. Como lembrou um corretor, estes valores são apenas para negociar a prorrogação do prazo para renovação. Os valores definitivos devem ser conhecidos com o fim das negociações.

O sinistro da AF-3 é considerado o maior do mercado de seguros no país, superando inclusive o da plataforma P-36 da Petrobras, calculado em cerca de US$ 500 milhões.

A apólice que a CSN tinha previa valor segurado – ou limite de indenização, como chamado pelos corretores – de US$ 750 milhões. O Valor apurou que, na renovação, faltariam ainda US$ 100 milhões para serem colocados no mercado externo.

Além do aumento do prêmio e da franquia, o IRB Brasil RE, único ressegurador autorizado a atuar no país, se responsabilizou em ficar com parcela expressiva do risco: 29%. O restante está sendo colocado no mercado externo. A corretora Guy Carpenter é a que está cuidando da operação.

A apólice da CSN é uma das maiores do mercado brasileiro. Por meio de sua assessoria de imprensa, a CSN informou que não vai comentar a renovação do seguro no momento.

O acidente do AF-3 pode provocar também o aumento do preço pago pelas empresas brasileiras pela cobertura de grandes riscos industriais no exterior, dizem corretores ouvidos pelos Valor. O IRB anuncia em dezembro as novas condições para o contrato de “property”, que cobre estes riscos. O contrato é um dos maiores em capacidade do mundo, com US$ 300 milhões por risco.

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