Proprietários de veículos com mais de 5 anos de antiguidade e motoristas jovens são os que mais buscam esta alternativa
Os gastos para manter um carro atualmente estão muito altos, desde o IPVA e demais impostos, como também o combustível e as peças para reposição, caso seja necessário. Sem contar que se o proprietário ainda está pagando o financiamento, os custos vão nas nuvens. Por isso, poder contar com proteções mais econômicas é uma proposta muito atrativa para quem tem veículo.
Há alguns meses atrás a Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou as seguradoras a oferecer seguros para veículos mais flexíveis. Isto permite que qualquer pessoa consiga contratar um seguro de carro pagando cerca de 33% a menos que uma apólice tradicional.
Atualmente, algumas seguradoras registaram um aumento de 10% na procura deste novo tipo de proposta. Os proprietários de veículos com mais de 5 anos de antiguidade e os motoristas jovens são os que mais buscam esta alternativa. A maioria dos que procuram um seguro mais econômico nunca foram assegurados e durante a pandemia, pela situação financeira, optaram por não contratar um seguro tradicional.
Considerando que apenas 30% da frota de veículos brasileira conta com algum tipo de cobertura, com esta medida, a Susep tenta fazer com que mais veículos tenham acesso aos seguros. De acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) esta medida, ao economizar os gastos dos proprietários, pode fazer com que aumente entre 20% e 25% a quantidade de veículos com seguros no país.
Com esta flexibilização, se procura recuperar aqueles consumidores que perderam o poder de compra e tiveram que privar-se do seguro do seu carro para ajustar seu orçamento de acordo com sua situação. Um segundo público alvo são os proprietários que ainda estão pagando o financiamento do seu veículo, mas que estão complicados para acrescentar a parcela do seguro a esse gasto.
No entanto, é preciso conhecer e entender bem as exclusões e também o alcance destas novas propostas. O que torna esta proposta mais econômica é o fato de que as seguradoras estão oferecendo coberturas com menor abrangência que os seguros tradicionais, com isso conseguem oferecer um serviço mais barato e flexível, chegando assim a um maior número de motoristas.
Um seguro deste tipo poderia custar cerca de R$ 1650 por ano, diante dos R$ 2 que custa em média um seguro tradicional, significa uma importante economia. Algumas das ofertas mais flexíveis incluem a possibilidade de contratar somente uma cobertura, como proteger o veículo somente contra roubo ou furto ou só para colisões. Também tem propostas para contratar ambas, mas com peças para a reposição usadas, o que é mais econômico.
Como são estas coberturas mais flexíveis?
Para evitar confusões desagradáveis na hora de acionar a apólice, o segurado deve conhecer bem as condições do serviço que contrata. Principalmente no caso destas opções mais econômicas, pois as coberturas, apesar de terem o mesmo nome, cobrem menos danos.
Uma das novas possibilidades é que a apólice de seguro pode estar associada ao motorista ou ao proprietário, não necessariamente ao veículo. Com isto o condutor terá cobertura em caso de acidentes, mesmo que o veículo não tenha seguro. Mas, os danos que o veículo possa ter em caso de sinistro serão assumidos totalmente pelo proprietário.
Outra opção é que a franquia para reparação de itens independentes do carro como rodas, retrovisores e faróis, pode ser estabelecida independentemente do valor do veículo. Além disso, o segurado terá a possibilidade de optar por peças usadas para reparações ou contratar uma cobertura parcial de casco, e com isto, reduzir o custo do serviço.
No entanto, antes de contratar é fundamental fazer uma comparação entre o seguro mais flexível e as propostas tradicionais, para analisar o funcionamento e o tamanho da cobertura e entender todas as cláusulas de assistência.
O cliente, antes de contratar, deve ter pleno conhecimento sobre como é a cobertura básica do seguro: qual é o valor da franquia de deverá pagar em caso de danos parciais ou como é a indenização se tiver perda total; se precisar trocar de peças, quais são os tipos que poderá comprar; quais são as assistências disponíveis e como acioná-las quando for preciso.
Para um maior entendimento do serviço a contratar é fundamental prestar atenção a alguns detalhes do serviço:
- Conferir que a seguradora que oferece o seguro esteja registrada na Susep e em situação regular. Para que, em caso de inconvenientes, o segurado possa fazer sua reclamação e contar com a instituição para a solução.
- Verificar, com especial atenção às cláusulas de exclusão (quando o segurado não terá direito a indenização), principalmente no caso das contratações feitas sem intermediários, como a contratação digital.
- Avalie a relação entre o prêmio (valor total do seguro), a franquia que irá pagar em caso de ter que reparar o veículo e a indenização em casos de perda total.
- Analise as vantagens e desvantagens das coberturas parciais e das coberturas totais oferecidas nas diferentes propostas de seguro.
O proprietário de um veículo pode contratar um seguro mais barato, cada dia são mais as possibilidades que o mercado oferece. Porém, ele deve estar ciente de todos os itens da apólice e conhecer o até onde cobre cada um dos riscos contemplados no contrato.
É certo que a simplificação das regras do seguro e a flexibilização permitem que mais pessoas possam proteger seus veículos, mas o cliente deve analisar e avaliar bem a proposta, sempre em relação à sua situação particular e as suas necessidades. Por esse motivo, é indispensável que no momento de fazer a simulação o futuro segurado informe seus dados de forma correta, sem omitir informação nem mentir. Pois, caso assinar uma apólice para esses dados e depois a seguradora verificar que não estavam corretos, o segurado pode perder a cobertura e a indenização.