As seguradoras não costumam oferecer cobertura para carros com mais de 20 anos. Alessandra Melo, técnica de seguros da corretora Nova Feabri, explica que a maioria só aceita proteger carros nacionais com, no máximo, dez anos de fabricação e importados com até seis anos.
“Como exceção, a Porto Seguro trabalha com carros fabricados desde 1986.” Segundo Melo, para carros nacionais que fogem a essa regra, as seguradoras até fazem uma análise de conservação e histórico do carro e perfil do cliente, mas a maioria dos carros não é aceita.
Em caso de carros sinistrados (aqueles recuperados de financeiras), em geral o seguro cobre apenas 70% do valor do carro antigo e custa mais caro.
Para contornar a dificuldade, a Indiana criou o Placa Preta, específico para carros com certificado de originalidade da FBVA (Federação Brasileira de Veículos Antigos) ou de clubes associados a ela.
Diferentemente do que se possa acreditar, é mais barato segurar um carro antigo do que um novo. A pedido da Folha, a Indiana fez três cotações: o prêmio para um Volkswagen Fusca 1968 sai por R$ 283,70 enquanto o de um Volkswagen Gol 1.0 zero-quilômetro sobe para R$ 2.047. Para um Gol 1998, seriam R$ 1.486,75.
Há uma diferença importante: donos de modelos com placa preta (que atesta 85% de originalidade do carro) não têm seu perfil analisado. Também há menos serviços –só assistência 24 horas, mas não há franquia nem indenização por perda total.
Outro dado importante –levando-se em conta que os colecionadores costumam ter mais de um antigo– é que várias apólices dão descontos de até 60%. De acordo com a Indiana, há cerca de 9.000 carros em condições de receber a cobertura do Placa Preta.