Notícias | 15 de maio de 2023 | Fonte: CQCS l Alícia Ribeiro

Quadrilha aplica golpe com boleto de seguro saúde e causa prejuízo milionário

Foto: Reprodução / Rede Globo

Na última sexta-feira (12), a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu estelionatários que utilizavam a internet para gerar boletos falsos de seguro de saúde. O casal apontado como chefe do esquema é acusado de aplicar um golpe milionário e foi encontrado em São Paulo, após uma investigação que revelou a ostentação dos suspeitos em viagens pelo mundo com hábitos extravagantes e caros.

A quadrilha criou e registrou uma empresa com um nome muito similar ao de uma grande companhia de seguros já existente. Por meio de aplicativos de mensagens e da internet, a empresa falsa atendia seus clientes como se fosse a seguradora verdadeira. Quando o cliente precisava emitir a segunda via de um boleto para pagar o plano de saúde ou o seguro de vida, por exemplo, recebia um documento muito parecido com o original, mas com dados que direcionavam o dinheiro para a conta da quadrilha. Em um ano, o grupo arrecadou R$ 4 milhões.

A empresa dos golpistas tinha um registro verdadeiro na junta comercial de São Paulo, e os investigadores apontam que as vítimas relataram ter encontrado a empresa falsa em primeiro lugar quando buscaram a seguradora no Google para emitir a segunda via do boleto. Isso sugere que os estelionatários pagaram ao Google pelo chamado “impulsionamento”, ou seja, para que seu anúncio tivesse mais destaque e conseguissem atrair mais clientes.

A polícia prendeu três pessoas envolvidas no esquema, incluindo Daniele dos Santos, apontada como a dona de outra empresa da quadrilha que se passava pela seguradora para receber os pagamentos. As vítimas foram identificadas em cinco estados brasileiros.

Os estelionatários responderão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e estelionato, com penas consideráveis. Os investigadores agora buscam descobrir como os golpistas tiveram acesso ao banco de dados dos clientes da seguradora, pois sabiam exatamente quais planos e valores de boletos que eles pagavam mensalmente.

Para evitar fraudes como essa, a polícia aconselha as pessoas a sempre verificarem o CNPJ e terem certeza de que o pagamento está indo para a empresa correta. Marcos José Valentim de Almeida e Bárbara Rodrigues de Oliveira, os líderes da quadrilha, se recusaram a prestar esclarecimentos à polícia e afirmaram que só falarão à Justiça. Daniele dos Santos disse ter emprestado seu nome para abrir a empresa, acreditando se tratar de um negócio legal.

A Junta Comercial de São Paulo informou que a empresa dos estelionatários está com as atividades suspensas desde janeiro, mas que não tem poder fiscalizador. O Google, por sua vez, declarou que proíbe anúncios que tentam confundir usuários e sobre produtos que induzam comportamentos desonestos, exigindo a verificação da documentação das empresas antes de anunciarem seus serviços. Quando há violação das regras, a empresa suspende imediatamente o anúncio e bloqueia a conta do anunciante.

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