Os preços de seguros para navios que atravessam o Estreito de Hormuz aumentaram mais de 60% desde o início da guerra entre Israel e Irã, à medida que o conflito ameaça a navegação em um ponto crítico para o petróleo bruto.
A partir desta semana, o custo do seguro de casco e máquinas para navios que passam pelo estreito — uma via navegável estreita entre o Irã e Omã, conectando o Golfo ao Mar da Arábia— bem como a área mais ampla do Golfo, aumentou de 0,125% do valor do navio para cerca de 0,2%, de acordo com a maior corretora de seguros do mundo, Marsh McLennan. Isso eleva o custo da cobertura para um navio de US$ 100 milhões (R$ 548,7 milhões) de US$ 125 mil (R$ 685,9 mil) para US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão).
O seguro de casco e máquinas cobre danos ao próprio navio, em oposição à carga ou responsabilidade de terceiros.
“Ainda não vimos um míssil disparado contra um navio no Golfo Arábico, então o que isso representa é o mercado dizendo: olha, definitivamente há um nível elevado de preocupação com a segurança da navegação na região”, disse Marcus Baker, chefe global de seguros marítimos e de carga da Marsh McLennan, ao Financial Times. Os preços podem subir ainda mais, acrescentou.
Os navios que tentam passar pelo estreito enfrentam uma série de perigos, desde interferência eletrônica até ataques dos rebeldes Houthi apoiados pelo Irã e a ameaça de uma maior escalada por Israel e Irã, disseram corretores e seguradoras.
Na segunda-feira (16), houve uma colisão entre dois petroleiros perto do Estreito de Hormuz. Embora a causa do acidente ainda não tenha sido divulgada, um navio havia transmitido sinais atípicos sobre sua posição, levantando preocupações sobre interferência eletrônica.
Baker disse que as seguradoras também estavam preocupadas que os militantes Houthi pudessem ampliar seus ataques, danificando mais navios além daqueles com bandeiras dos EUA, Reino Unido e Israel que geralmente têm como alvo.
O mercado está “preocupado com todos os navios” que viajam pela área devido aos ataques Houthi, disse Baker.
Algumas seguradoras poderiam parar de oferecer cobertura devido aos riscos, acrescentou, mas outras poderiam ver qualquer recuo como uma oportunidade. “A guerra em si, como um produto de seguro, tende a ser… ou você perde tudo ou faz uma fortuna. E muitas fortunas foram feitas por subscritores dispostos a assumir riscos”, disse.
As taxas de seguro para cargas, incluindo petróleo, também provavelmente aumentariam devido ao conflito, disseram vários corretores, mas têm sido mais lentas para responder.