O seguro de automóveis, ao longo dos últimos 40 anos, passou por transformações profundas, evoluindo de um produto secundário para um dos mais essenciais do mercado de seguros brasileiro. Segundo o artigo “Com o uso dos carros mudando, novas modalidades de cobertura nos seguros de veículos devem surgir”, de Antônio Penteado Mendonça, publicado no portal Estadão, essas mudanças moldaram o setor, tornando-o fundamental para a proteção patrimonial dos proprietários de veículos e uma das principais carteiras de faturamento das seguradoras.
Nos anos 1970, o seguro de veículos era visto como pouco atrativo pelas seguradoras. Como Mendonça destaca, o foco das empresas estava em outras áreas, como seguros de incêndio e transportes, considerados “ramos nobres”. Contudo, ele frisa que a inovação veio com a Porto Seguro, que revolucionou o modelo tradicional e tornou o seguro de automóveis mais acessível e viável economicamente. “Foi a partir daí que este tipo de apólice conquistou um espaço de destaque no mercado, mudando não apenas a dinâmica da concorrência, mas também a maneira como as seguradoras gerenciavam seus riscos”, conta.
Evolução das coberturas e o impacto nas seguradoras
Ao longo das décadas, o desenho das coberturas manteve-se semelhante, abrangendo basicamente o casco do veículo, danos a terceiros e acidentes com passageiros. No entanto, como pontuado por Mendonça, o uso dos automóveis mudou drasticamente. Desde a introdução de veículos movidos por combustíveis alternativos, até a chegada dos táxis e carros de aplicativos, o mercado precisou se adaptar a novas demandas.
Mendonça explica que esse processo de adaptação foi acompanhado pelo desenvolvimento de coberturas específicas, como a proteção para retrovisores, vidros e acessórios, que antes não eram contempladas. Essas novas modalidades surgiram para responder às necessidades de uma sociedade cada vez mais dinâmica e diversa. Hoje, além das coberturas tradicionais, o mercado oferece apólices com base no tempo de uso do veículo, perfil de condução do motorista e riscos específicos que o segurado deseja cobrir.
Segundo o artigo, a tendência é que essa diversificação continue. As seguradoras devem expandir ainda mais suas ofertas, com foco em novas tecnologias e mudanças sociais, como o aumento de veículos autônomos e compartilhados.
Benefícios para o Segurado
Ainda que as seguradoras, naturalmente, busquem maximizar seus lucros, o verdadeiro beneficiado dessa evolução, conforme Antônio Penteado Mendonça ressalta, é o segurado. Com um leque maior de opções, os consumidores podem escolher coberturas que melhor se alinhem às suas necessidades individuais. “Quem ganha com esses movimentos é o segurado”, comenta o jornalista, reforçando que a oferta de opções personalizadas aumenta a segurança e conveniência para quem contrata o seguro.
Em suma, o seguro de automóveis no Brasil, que já foi visto como um “patinho feio”, evoluiu para se tornar um dos pilares da indústria seguradora. E com o avanço das tecnologias e novas formas de mobilidade, como os carros autônomos, o futuro promete ainda mais inovações. A conclusão de Mendonça é clara: as mudanças no uso dos veículos continuarão a ditar o ritmo das transformações no setor, oferecendo soluções cada vez mais flexíveis e adaptadas aos novos tempos.