Bancos terão que oferecer duas alternativas ao consumidor antes de fechar o contrato
Os financiamentos imobiliários podem ficar mais baratos a partir desta quinta-feira (18), com o início das novas regras para o seguro da casa própria. As mudanças se referem ao pagamento do MIP (Morte e Invalidez Permanente), seguro pago pelo titular do financiamento em caso de morte, e o DFI (Danos Físico Ao Imóvel) – que se refere a indenização de prejuízos ao imóvel, tais como incêndios e alagamentos.
O motivo é que a partir de uma determinação do BC (Banco Central), válida a partir de hoje, os bancos são obrigados a oferecer ao menos duas alternativas de seguro ao consumidor. Antes, o banco oferecia só uma opção na hora de fechar o contrato de empréstimo.
Leôncio Arruda, presidente Sincor (Sindicato dos Corretores de Seguros), afirma que ainda é cedo para falar em quanto o financiamento pode baratear, mas acredita que os efeitos serão sentidos nos próximos meses.
– Quando fechar o semestre, as seguradoras vão ver suas contas: o que mudou e quanto aumentou de prêmio. E aí vão decidir sobre o reajuste, se vale a pena ou não.
Pelas novas regras, o consumidor pode procurar o corretor e escolher ele mesmo a opção de seguro. Antes, somente o banco poderia oferecer o serviço. Para estimular a concorrência, o governo liberou também as seguradoras de vida para fazerem seguros imobiliários. Apesar da liberação, não vai existir uma tabela com um piso ou teto para os seguros.
Para o advogado Leo Rosenbaum, o impacto para o cliente ainda vai ser pequeno, pelo menos nos primeiros meses. Ele acredita que as novas regras possam diminuir em 0,5% o valor do financiamento.
– Vai levar um pouco de tempo [para o mercado se acomodar]. As seguradoras têm interesse em oferecer esse tipo de produto.
Com a medida, o governo obrigou todas as financeiras a buscarem parcerias. A Caixa fez com a seguradora Sul America, e os bancos privados também começam a movimentar-se. Para evitar o “casamento” entre os serviços, ou seja, quando os bancos oferecem dois produtos similares, Arruda diz que o melhor é buscar o mercado e fazer uma pesquisa antes de fechar qualquer contrato.
As novas regras atingem, em especial, a Caixa Econômica Federal – responsável por 70% dos seguros habitacionais feitos no Brasil. Até o ano passado, o banco oferecia o seguro da própria instituição e, ao saber das novas regras do BC, diminuiu em 40% o valor do serviço a fim de não perder espaço com a abertura da concorrência.
Para o Sincor, essa redução “mostrou o quando o preço [do seguro] estava inchado”. Para o advogado Leo Rosenbaum, o consumidor poderá fazer uma cotação no mercado, e já sentir a diferença nos preços, a partir do início de março.
Atualmente, existem no Brasil 135 seguradoras, mas somente 60 operam exclusivamente no crédito habitacional. O valor ainda é pequeno, quando comparado aos Estados Unidos, onde a oferta de seguros da casa própria chega a 5.000.
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