180 anos não é para qualquer um não. Só aqueles que inovam conseguem tal façanha. Ainda mais em um país que registra elevadíssimo índices de fechamento de empresas, considerando-se desde a burocracia e elevadas taxas de impostos, até as dezenas de planos econômicos para colocar a economia em um circulo virtuoso. A Mongeral Aegon resistiu e no dia 10 de janeiro completou 180 anos de história no Brasil com um grande encontro no Hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, exclusivo para mais de 800 funcionários de todo o Brasil e um grupo de seis jornalistas.
De acordo com a edição de 180 anos do livro que conta a história da companhia através das principais mudanças políticas e econômicas do país ao longo de 18 décadas, lançado no evento, há apenas uma representante do ramo de finanças no grupo restrito das empresa mais duradouras do país. A Mongeral e a quarta mais antiga em atividade ininterrupta, estabelecida no Rio de Janeiro em 1835, fundada por Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho.
Nilton Molina e Fernando Mota, que presidiram o grupo nas três últimas décadas, contaram um pouco da história antes do jantar de encerramento da convenção anual da Mongeral Aegon. “Não poderia encontrar melhor presidente para me substituir do que você Molina”, disse Fernando Mota. Nilton e Fernando assumiram como presidente e vice-presidente, respectivamente, e também como membros do Conselho Deliberativo em 1994, após a renúncia da diretoria executiva presidida por José de Almeida, que estavam a frente de uma fase indefinições.
Nilton Molina e Fernando Mota criaram a Mongeral a partir de outras companhias adquiridas. Hoje, Nilton é presidente do Conselho e Mota conselheiro. “O grande mérito foi transformar uma seguradora de vida e previdência num país que pouca cultura tem ainda de comprar seguro nisto que vemos hoje, uma das principais seguradoras do país”, comentou Mota.
Dez anos depois, Helder Molina assumiu o cargo do pai. A empresa fechou 2014 com faturamento próximo a R$ 750 milhões, 700 vezes mais do que 20 anos atrás. Hoje são mais 1 milhão de clientes e 194 milhões de benefícios pagos. Ao longo dos últimos dez anos, o número de funcionários saltou de 95 para 1,2 mil e a empresa passou de uma seguradora a um grupo formado ainda pelo fundo de pensão multipatrocinado, uma empresa de gestão previdenciária – Data A – e uma asset, a Mongeral Aegon Investimentos.
Helder e premiados 2014Segundo Helder Molina, a convenção anual sobre o desempenho de 2014 gerou muitos puxões de orelha. “Não foi um ano fácil diante do fraco crescimento da economia, mas mesmo assim temos muito o que comemorar”, comentou ele ao blog Sonho Seguro. A partir dos debates realizados nos dois dias de convenção, serão feitas as correções na estratégia para fazer de 2015 um grande ano para a seguradora, mesmo que não seja para o Brasil.
Conhecido por ser um gestor a frente de seu tempo por balancear as decisões movido pela razão e pelo coração, Helder Molina não conteve as lágrimas em seu discurso no jantar de encerramento. “São as pessoas que fazem uma seguradora de vida e previdência ter perenidade. Somos produto delas, da mesma forma que nossa história é fruto da passagem do tempo. Agradeço a todos vocês que nos ajudam a construir a história da Mongeral”, disse durante a cerimônia de entrega de uma estatueta que simbolizava a Gratidão aos funcionário com mais de 20 anos de casa. “Não tenho como não me emocionar olhando para esse mar de gente maravilhosa que vejo aqui de cima, que nos ajudam a construir essa companhia sem igual, uma seguradora que valoriza pessoas”.
Uma delas é a Claudete de Paula Almeida, que foi comigo no voo da Gol com destino a festa de 180 anos da Mongeral. Ela estava eufórica. Era a primeira vez que andava de avião e que visitava o Rio. “To indo pra festa da firma que faz 180 anos. Trabalho com seu Molina há 25 anos!!!!”, contou quase sem respirar de tanta alegria. Segundo Molina, Claudete aprendeu educação financeira na raça e que pode servir de exemplo para muitos no Brasil “Com o salário que recebe, sustenta cerca de dez pessoas, tem casa própria e se prepara para comprar uma casa na praia”, contou Molina. Claudete confirma: “É sim. Vou comprar uma casa na praia logo, se Deus ajudar”, disse ao Sonho Seguro.
Além dos desafios e oportunidades, a Mongeral contou aos presentes que conseguiu vencer os aspectos burocráticos e lançou oficialmente o projeto de revitalização da Travessa Belas Artes, onde tem sua sede desde 1841, que devolverá para a região parte da arquitetura que marcou época no centro histórico do Rio de Janeiro. Um presente para os 450 anos da cidade.
A Travessa Belas Artes será exclusiva para a circulação de pedestres e terá as fachadas históricas restauradas, seguindo o estilo da época. Para homenagear a antiga Academia Imperial de Belas Artes, que funcionava no endereço e dá nome à rua, será construída uma réplica de seu portal em estilo neoclássico que, atualmente, serve como pórtico do Jardim Botânico, após a demolição da academia em 1938. A revitalização vai contribuir para as iniciativas de recuperação da memória do Centro, como a revitalização do Saara e da Praça Tiradentes, próximos ao local.
Também foi lançada a edição de 180 anos do livro que conta a história da companhia através das principais mudanças políticas e econômicas do país ao longo de 18 décadas. A evolução da empresa é contada por pessoas que construíram o que, hoje, é a quarta maior seguradora brasileira independente (não ligada a banco). Para isso, foram selecionadas cinco histórias de famílias que viram suas vidas transformadas na relação com a empresa, traduzidas pelas lentes da fotógrafa Fifi Tong, uma apaixonada pelo registro do tempo em sua obra.
Segundo o grupo, outras mudanças vêm contribuindo para o crescimento da empresa, como a reestruturação da área comercial, com inauguração de novas unidades – ao todo são 60 escritórios em todo o Brasil -, e uma estratégia integrada de multicanais, com a criação de uma loja online.
Com um propósito que vai além da estratégia de negócio, a Mongeral Aegon quer ajudar as pessoas a assumirem a responsabilidade pelo seu futuro financeiro e a se precaverem quanto aos três riscos sociais aos quais todos estão expostos: morte prematura, invalidez e aposentadoria.
“A soma das idades de nós dois (Nilton e Fernando) dá 170 anos. Daqui a dez anos, a soma dará 190 anos e teremos um grande orgulho de estarmos aqui com vocês novamente para comemorarmos mais uma década de história”, enfatizou Nilton Molina aos presentes, que se divertiram com show do grupo Monobloco, um dos mais importantes do Rio de Janeiro, até o dia raiar.