Notícias | 13 de abril de 2023 | Fonte: Monitor Mercantil

MetLife: mercado de seguros de vida, mudanças e perspectivas

Marcelo Tomei (foto divulgação MetLife)

Conversamos sobre a MetLife e o mercado brasileiro de seguros de vida com Marcelo Tomei, vice-presidente comercial da seguradora.

Na avaliação da companhia, o que mudou no mercado de seguros de vida após a pandemia?

A pandemia foi, efetivamente, um momento de grande mudança. As pessoas estão mais conscientes e entenderam a importância de estarem preparadas para o presente e o futuro. Cuidar das pessoas que amamos e planejar o futuro se tornou algo essencial e, ao mesmo tempo, urgente. Nesse cenário, o seguro de vida e, olhando de uma forma mais ampla, os seguros de pessoas possuem um papel fundamental.

Esse mercado teve duas mudanças. A primeira é que as pessoas estão mais preocupadas com os riscos e com os imprevistos que podem acontecer no dia a dia. Para isso, nós temos, dentro do seguro de pessoas, diversas coberturas e proteções para as pessoas em vida.

Nós tivemos um crescimento importante na contratação de coberturas por doenças graves, internação hospitalar, invalidez nos casos de acidente e proteção de renda por incapacidade temporária, que pode ser por acidente ou por doença.

No ano passado, 58% dos seguros de vida individual, contratados através do canal parcerias, tiveram esse tipo de cobertura. Os maiores destaques foram para invalidez, presente em 48% das contratações; doenças graves, 35%; e internação hospitalar, mais de 20%.

A outra mudança é que as pessoas ficaram muito mais preocupadas com a sucessão das famílias e das empresas. Isso passou por uma transformação na forma de agir e de pensar das pessoas, ultrapassando, inclusive, barreiras culturais. Para que você tenha uma ideia, em 2022 foram registrados mais de 33 mil testamentos. Um recorde. O número de inventários cresceu 77% quando comparamos a média de 2007 com 2021. Só no ano passado foram mais de 213 mil inventários.

Estou trazendo esses aspectos porque o seguro de vida tem um papel fundamental nesse processo, já que sua indenização não entra num inventário e não sofre incidência de impostos. Quando o seguro é contratado com planejamento e avaliação do patrimônio e da situação das famílias e das empresas, ele viabiliza o pagamento dos impostos e dos custos do próprio inventário, facilitando a transmissão de bens e de patrimônio. Essa maior preocupação das pessoas se refletiu num crescimento de 110% das vendas da MetLife.

Na sua opinião, essa mudança é momentânea ou realmente a mentalidade das pessoas mudou?

Existe uma perspectiva de crescimento consistente dos produtos com os quais trabalhamos. Segundo a FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), somente 17% da população com mais de 18 anos possui a proteção de um seguro de vida. Isso tem aumentado a cada ano, mas, mesmo antes da pandemia, nós tínhamos um crescimento importante do mercado. No ano passado, esse indicador cresceu 17,8%, sendo que em 2021 havia crescido 29%.

Com todas essas mudanças e esse espaço que existe no mercado, nós acreditamos que seguiremos crescendo de uma forma expressiva nos próximos anos. É por isso que um dos principais objetivos da MetLife é ampliar o acesso das pessoas ao seguro de vida e aos planos odontológicos.

Como está o mercado de planos odontológicos?

Esse é um segmento relativamente novo no país, quando comparado ao segmento de planos de saúde. Apesar disso, temos visto um crescimento anual constante. Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o mercado registrou 30,7 milhões de usuários de planos odontológicos em 2022, com um crescimento de 2 milhões de beneficiários. Isso aconteceu devido ao maior acesso das pessoas aos planos e à disseminação das informações sobre os benefícios dos cuidados com a saúde bucal para o bem-estar e para a saúde das pessoas como um todo.

Mesmo assim, o Brasil ainda tem um caminho importante para percorrer, pois apenas 14% da população tem acesso a planos odontológicos.

Como a companhia avalia o impacto do crescimento das franquias odontológicas nesse mercado?

O crescimento das franquias é bastante positivo para o mercado e para a sociedade de uma forma geral, pois ele amplia o acesso das pessoas ao tratamento odontológico. Como as franquias têm se expandido e estruturado de uma forma superimportante em todo o Brasil, nós estamos avaliando a possibilidade de estabelecermos parcerias com elas, pois, nesse momento, a nossa relação é direta com os dentistas.

Como a companhia está vendo a digitalização do mercado de seguros?

A MetLife está trabalhando na digitalização e na simplificação dos principais processos do seu ecossistema. Por exemplo, na época da pandemia, nós lançamos a assinatura das propostas através de reconhecimento facial. No ano passado, lançamos a assinatura via token.

Em paralelo, estamos trabalhando na integração e simplificação de processos com nossos parceiros e canais. Por exemplo, nós estamos nos integrando com nossos parceiros através de APIs, interfaces de programação de aplicativos que visam a sincronização de dados em tempo real nos nossos sistemas. A partir do momento em que nós recebemos essas informações, o segurado passa a ter acesso aos serviços da companhia. Se uma pessoa contrata um seguro de vida com o serviço de telemedicina, ela passa a ter acesso ao serviço logo após o momento da contratação.

Outra mudança que fizemos é a análise automática de riscos, que agiliza e dá mais qualidade à decisão de aceitação das nossas propostas. Nós também temos um trabalho relacionado à análise de dados, estudos estatísticos e CRM (Customer Relationship Management) voltado a modelo de propensão e envolvendo perfil dos clientes.

Como a companhia está vendo a implementação do Open Insurance e como a companhia pretende utilizá-lo?

A MetLife está acompanhando o tema de perto, inclusive atuando no conselho deliberativo organizado pela Susep (Superintendência de Seguros Privados). O Open Insurance será extremamente positivo para o mercado e para os clientes, que poderão comparar produtos e serviços e ter acesso a condições e preços adequados à realidade de cada um.

Há muitos anos se fala do potencial do mercado de seguros no Brasil, mas esse potencial não se desenvolve. Na visão da MetLife, o que seria necessário para que esse potencial fosse de fato desenvolvido?

O segmento de seguros é um pilar fundamental numa economia, principalmente quando observamos as economias dos países desenvolvidos que possuem uma participação importante desse segmento nos seus PIBs (Produto Interno Bruto), bastante acima do que temos atualmente no Brasil. É preciso aproveitar esse momento em que as pessoas estão, cada vez mais, conscientes de que os seguros são uma solução essencial para proteção e para o planejamento financeiro.

A MetLife entende que o seu papel é promover a desmistificação e simplificação dos seguros e também ampliar o acesso aos seguros de uma forma simples, transparente, flexível e com custo bem adequado ao perfil de cada cliente, permitindo a escolha de coberturas e benefícios que façam sentido e considerando sempre quando o cliente quer ter acesso aos nossos produtos e de que maneira ele quer comprar. Nesse sentido, a mudança que vem sendo realizada é essencial para ampliar a proteção da nossa sociedade como um todo e impulsionar o mercado de seguros no Brasil.

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