Camila Feriani, da THB Corretora de Seguros, recebeu Jaíne Lima , da AON Corretora de Seguros no programa CQCS Mulher, da TV CQCS. O protagonismo feminino foi tema de conversa entre as duas. “Mulheres que empoderam outras mulheres é valioso”, destacou Jaíne.
Hoje na AON, Jaíne contou que entrou no mercado de seguros em 2010 em uma corretora no interior de Santa Catarina. Em seguida, morou 5 anos no Rio de Janeiro e depois voltou para o estado de origem, mas ainda no mercado de seguros. “Quem começa a trabalhar com seguros dificilmente sai”, disse ela.
Camila perguntou como é a participação feminina no mercado de trabalho na região sul, que é mais tradicional. Jaíne explicou que Santa Catarina é um estado rico, diversificado e autossuficiente. “Nossa região é muito tradicional porque é um mercado muito industrial, nossa economia é dividida em mercados específicos dominado por homens ainda”, relatou.
Para ela, quando existe a preocupação em se desenvolver profissionalmente é preciso quebrar as barreiras de gênero. “Em todas as regiões isso ainda é muito forte e em Santa Catarina, por ter características bem determinadas, a mulher que quer se desenvolver profissionalmente só quebra isso com estudo e conhecimento”, disse.
Ela enfatizou que existem mulheres fortes no mercado segurador (que é tão técnico) e isso demonstra que mulheres se preparam mais e, para chegar ao topo, tem que estudar mais. “A parte das barreiras quebradas demora um pouco”, disse.
Jaíne considera existir uma mudança nas empresas e acredita que os números refletem a realidade e cada vez mais grandes empresas dão espaço para mulheres e se isso for noticiado vai atingir cada vez mais empresas.
Outro aspecto destacado por ela durante o programa é o fato de que pesquisas mostraram que mulheres ocupam cargos gerenciais em 37% a 40% das empresas, mas a participação em conselhos fiscais e administração cai para 9%. “Se passamos mais tempo nos qualificando, por que não temos uma participação maior nessa fatia de liderança?”, questionou.
Para ela, isso acontece porque a mulher não foi historicamente preparada para assumir esses cargos. “Quando você vê grandes empresas com mulheres na liderança, essa prática estimula outras empresas”, disse.
Ela revelou não acreditar muito na meritocracia. “Só acredito quando se parte de um mesmo patamar. Historicamente, fomos preparadas para cuidar para casar, ser mãe enquanto o homem provia as necessidades básicas”, afirmou.
Camila quis saber quais mulheres inspiram Jaíne e ela disse que são muitas, mas tem uma predileção pela médica Zilda Arns, morta em 2010 em um terremoto no Haiti. Zilda Arns dedicou sua vida para levar às populações mais pobres atendimento médico e assistência em diferentes áreas. “Foi indicada ao Nobel da Paz e trabalhou em favor das crianças. As práticas dela foram para o Brasil inteiro. Ela é uma inspiração do que eu acredito que colocou a vida dela em prol dos menos favorecidos”, justificou.
Sobre grandes conquistas, Jaíne disse que a graduação foi uma grande conquista já que o sonho da graduação era algo distante. “As políticas sociais foram boas para minha vida”, disse. Filha de família simples, pai operário e mãe dona de casa, ela contou que a graduação foi algo muito desejado. “Transpor essa barreira foi uma grande conquista”, enfatizou.
Ela revelou ainda ter muitos sonhos e objetivos, mas disse acreditar que quando houver equidade de gênero no mercado de seguros não haverá tantas incertezas de outras meninas que querem chegar nesse patamar. “Vejo como um sonho a construção de um mercado equalitário e que as pessoas não entendam o seguro como um mal necessário. É preciso tratar como bens sociais”, ressaltou.
Para finalizar, Camila quis saber quem Jaíne considerava uma liderança feminina. “Mães são os maiores exemplos, principalmente as da periferia, as mães solo e as mães que batalham muito e recebem pouco”, finalizou.
Confira na íntegra
https://www.youtube.com/watch?v=28az-n4rmPk