A chuva de granizo ocorre em nuvens de tempestade (cumulonimbus) quando correntes de ar fortes levam gotículas de água a altitudes muito frias, onde congelam e formam pedras de gelo, que crescem ao serem lançadas repetidamente dentro da nuvem até ficarem pesadas o suficiente para cair. Nos últimos dias, eventos desse tipo têm causado prejuízos aos bens da população de São Paulo e do Rio Grande do Sul.
De acordo com especialistas, no seguro auto, a chuva de granizo é um sinistro coberto, desde que o cliente tenha contratado um seguro com cobertura compreensiva. Há, no entanto, a franquia, cujo valor varia conforme a contratação e a seguradora que assumiu o risco. “O sinistro será coberto desde que o prejuízo causado pela chuva de granizo seja superior ao valor da franquia”, destaca Eduardo Minc, diretor da Minc Corretora e Administradora de Seguros.
Frederico Almeida, sócio na BM&X Consultoria, advogado e professor na Escola de Negócios e Seguros (ENS), explica que o corretor deve deixar claro para o cliente quais são as coberturas contratadas, bem como a importância de manter a documentação do veículo e do seguro atualizada.
Em caso de sinistro envolvendo chuvas de granizo, Almeida lista o que é necessário: “registrar fotos do veículo imediatamente após o evento, evidenciando os danos causados pelo granizo; em muitos casos, a seguradora pode solicitar um boletim meteorológico comprovando a ocorrência da tempestade na região; se possível, evitar mexer no veículo antes da vistoria para garantir que a seguradora tenha uma avaliação precisa; e, o mais importante, contatar o corretor o mais rápido possível para auxiliar na abertura do sinistro e no encaminhamento correto da documentação”, diz.
Cabe destacar que é importante estar atento a outro ponto: “Ao acionar o seguro, mesmo que não seja por colisão, mas por danos causados por granizo, o segurado perde uma classe de bônus na renovação da apólice”, afirma o Minc. A maioria das seguradoras considera qualquer sinistro indenizável (colisão, roubo, furto, danos naturais como granizo, alagamento, etc.) como um acionamento que resulta na perda de uma classe de bônus.
“Se o valor do reparo estiver muito próximo da franquia, costumo calcular se realmente compensa acionar o seguro”, acrescenta Minc. Isso porque, segundo ele, a diferença pode ser pequena e, se acionado, o segurado perderá uma classe de bônus, resultando em um aumento do valor do seguro na renovação. Essa análise permite ao corretor ajudar o segurado a tomar a melhor decisão para o seu caso específico. Para aqueles que raramente acionam o seguro, uma alternativa pode ser buscar um desconto na oficina, caso a diferença em relação à franquia seja pequena.
Cada caso é único, e a orientação personalizada é essencial. Se o segurado costuma ter mais sinistros, pode ser mais vantajoso acionar o seguro imediatamente. Para quem é mais cauteloso, uma análise mais detalhada pode evitar custos adicionais no futuro.