Notícias | 2 de dezembro de 2005 | Fonte: Cobertura de Seguros

Expertise em Grandes Riscos e Seguros

Companhias de seguros mantêm expectativas com relação à abertura do mercado de resseguro no Brasil.

Dentre elas está o decréscimo das taxas em decorrência da competitividade. A partir do depoimento de um segurado, que possui várias apólices de seguros, reforça-se o trabalho do setor

Uma empresa que está entre as lideres mundiais na fabricação e comercialização de caminhões pesados (com mais de 16 toneladas), ônibus e motores industriais e maritimos, e que também executa serviços de pós-venda e financiamento a clientes. Somente no Brasil, até dezembro de 2004, o seu número de funcionários era de 29.993, contabilizando vendas de 50.563 chassis para caminhões. Sua força de vendas no Brasil é a terceira maior da empresa no mundo, em coroas suecas, SEK 3.815 milhões, enquanto o grupo totaliza SEK 56.788 milhões.

A vista área representa a planta da Scania, empresa de origem sueca que mantém operações em quase todo o mundo, possuindo plantas industriais na Europa e na América Latina – Argentina, México e uma delas no Brasil, localizada na região de São Bernardo do Campo, em São Paulo.

A performance dessa corporação no País pode ser garantida com o investimento em prevenção e gerenciamento de riscos. Ainda mais levando-se em consideração a sua representatividade frente aos 100 países em que atua. Ela está organizada para gerenciar seus riscos na Matriz e na América Latina, é o que explica o responsável pela estrutura de risco da América Latina, Andres Ricardo Holownia.

“O trabalho de gerência de riscos é um processo em que cada risco é avaliado levando-se em conta a probabilidade de ocorrência do evento pela conseqüência e magnitude. Estudamos e implementamos medidas para reduzir e eliminar os riscos como o financiamento dos riscos existentes”, diz o regional risk manager da Scania.

Tendo isso em vista, Holownia, um dos responsáveis pela área de seguros da empresa, conta quais são as medidas tomadas para gerenciar os riscos de todo esse patrimônio, pois uma empresa do porte da Scania precisa se proteger de eventuais danos que possa sofrer e é para isso que transfere os seus riscos para apólices de seguros. De acordo com ele, a Scania Latina América possui seguros, que são renovados anualmente, na área de Responsabilidade Civil para garagistas, diretores e dependentes; Danos à Propriedade, Transporte e Vida Coletivo, além dos Seguros de Garantia, principalmente na Argentina; Seguro de Crédito; Acidentes de Trabalho (Argentina), Auto RC, Acidentes em Viagens, entre outros.

Dentre as companhias que asseguram o capital da empresa estão Zurich, AIG, Mapfre, Aseguradora de Créditos y Garantias, MetLife e HSBC. Com relação às corretoras, o grupo trabalha com um pool de assessores externos e brokers com os quais trabalha em diversas especialidades como AON, Willis e Marsh.

Segundo Andres Holownia, a Scania possui certificados relacionados à Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional, e para combater um dos maiores riscos, que é Incêndio, possui um programa de inspeções e relatórios próprios, além de contar, várias vezes ao ano, com o trabalho de um grupo que faz inspeções e segue com as recomendações próprias de controles parciais assim como das visitas anuais.

“O trabalho de gerência de riscos é de grande importância na análise dos riscos e suas conseqüências, definição de normas de prevenção e vital na engenharia relacionada com a colocação dos riscos no mercado segurador e ressegurador”, ilustra.

Para Holownia, a missão da empresa é de proteger as pessoas em primeiro lugar e depois o patrimônio e o meio ambiente. “O controle permanente e o trabalho contínuo em prevenção resultam em baixa sinistralidade assim como maiores facilidades na colocação dos grandes riscos no mercado”, cita como beneficios.

O trabalho de Gerenciamento de Riscos consiste, dentre outros, num conjunto de técnicas que visa reduzir ao mínimo os efeitos das perdas acidentais. O conjunto de elementos que leva à gerência é recomendado pela Associação Brasileira de Gerência de Riscos.

Fundada em 1983, a ABGR atua construindo uma base sólida para o crescimento da cultura de gerenciamento de riscos, defendendo interesse dos consumidores de seguros, em sinergia com entidades governamentais e o mercado segurador.

Transparência

Atuando com Médios e Grandes Riscos, a Chubb Seguros do Brasil oferece produtos e coberturas desenhados que atendem ao perfil das empresas seguradas como os Seguros de Responsabilidade Civil, Empresarial, Riscos de Engenharia, Nomeados e Operacionais, além de Seguro de Riscos Diversos.

“O trabalho é sempre individualizado, com apólices únicas e especificas para cada cliente. Também oferecemos serviços gratuitos de. prevenção de perdas através de nossa área de Loss Control”, explica a gerente da área de Seguros Empresariais da Companhia, Ana Carolina Mello.

Segundo Ana Carolina é essencial que gerentes de risco, corretores e seguradoras tenham um relacionamento calcado na clareza, transparência e cooperação mútua. “Somente dessa forma, é possível avaliar riscos e desenhar apólices adequadas aos segurados”.

Para a gerente de Seguros Empresariais da Chubb Seguros, com a abertura, num curto espaço de tempo, a perspectiva é a de que as taxas sofram um queda. “O mercado mundial de seguros está passando novamente por uma fase ‘soft’. Entretanto, os riscos médios que hoje são ressegurados por contrato com IRB devem ter diferentes movimentos e taxas”, acrescenta.

Ana Carolina enfatiza que “as seguradoras com carteiras saudáveis e políticas de subscrição coerentes conseguirão negociar contratos de resseguro vantajosos. Já as que apresentam resultados negativos e não têm políticas de subscrição bem definidas, terão maiores dificuldades em negociar seus contratos e, por conseqüência, taxas e condições restritas”, conclui.

Benesses

É o que também crê o diretor de Riscos Industriais da Mapfre Seguros, Luis Alberto Mourão. Para ele, muitas seguradoras não estão e não estarão preparadas para um cenário de mercado aberto e simplesmente poderão desaparecer. “Outras dependerão e, sem exceções, os níveis de especialização deverão se acentuar”, comenta.

O diretor da Mapfre Seguros lembra que, com a abertura, frente à sua importância no cenário globalizado, o mercado ficará mais sensível e vulnerável ao fatos do mercado internacional. “Vide o que ocorreu após o setembro de 2001, quando o IRB funcionou como um colchão para boa parte dos riscos no Brasil, impedindo, em muitos casos, elevações proibitivas de preços e franquias nos programas de seguros”.

De acordo com Luis Mourão, a quebra do monópolio do resseguro fará com o país assista a situações `interessantes e preocupantes’. “Ainda que estejam sendo tomadas medidas para que os aspectos quantitativos e qualitativos das “securities” sejam buscados e respeitados, teremos, em um primeiro momentos, sensações, perspectivas e discursos no sentido de reduções atraentes em taxas e franquias”, considera. Para o diretor da Mapfre, essa fase poderá perdurar por um período de 3 a 5 anos. Só então, “o mercado brasileiro experimentará os “ventos” de um mercado globalizado de seguros e resseguros com o que há de bom e de ruim”, acrescenta.

Nesse cenário, a figura do corretor de seguros, de certa forma, terá projeção. “Os corretores serão ainda mais demandados e aferidos por suas capacidades de agregar serviços e valores, acima de serem protagonistas de um modelo de competição focado em preços pura e simplesmente”.

Grupos de segurados

Com relação à preocupação dos segurados Luis Mourão acredita que também haverá algumas mudanças. Em sua concepção serão divididos em trés grandes grupos, que se tornarão dois, quanto à preocupação com seus riscos e valorização de gerenciamento de riscos. “Aqueles que serão orientados em uma política de gerenciamento de riscos, que serão mais disputados e os mais bem brindados por parte do mercado. Os que não são ou são parcialmente orientados e procuram se adequar, dependendo dos esforços e recursos para tal, mas não terão tantas opções e aceitação de seus riscos por parte do mercado segurador dependerá muito da medida de sua preocupação e dos recursos que destinarão ao tema”, relata o diretor.

Já o terceiro grupo citado pelo executivo é o que, devido a mentalidade e modelo, se tornarão inexistentes. “São aqueles que continuarão tendo como primeiro item de suas pautas os custos, sejam dos seguros ou de políticas de gerenciamento de riscos, sempre estarão, como é hoje, “pulando de galho em galho”, nas seguradoras menos preparadas e, mesmo assim, terão muitas dificuldades para que seu risco seja aceito”, explica Mourão, para quem, em um prazo de 4 a 6 anos, este grupo, na estará extinto.

A companhia de origem espanhola, Mapfre Seguros, segundo Luis Mourão, possui seguros e soluções que vão desde o nascimento da empresa até seu desenvolvimento e amadurecimento. Os Seguros de Engenharia e Operações Especiais (obras civis, instalação e montagem, obras e instalação de conjugados, quebra de máquinas e equipamentos eletrônicos e danos à fábrica); Operações (produto multirisco, riscos nomeados e operaciojnais e FM Advantaje; Responsabilidade (responsabilidade civil operacional/empregador; produtos; poluição; serviços e obras, eventos, profissional, D&O e E&O); Infraestrutura (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, energia, águas e telecomunicações); além de produtos especiais como transporte e custódia de valores e esurance e soluções integradas.

Conforme Luis Mourão, um dos diferenciais da companhia é que, com parcerias com FM Global e ITSEMAP, pode oferecer serviços de prevenção de perdas e gestão de riscos nas áreas de riscos da operação, construção, instalação, responsabilidades e meio ambiente, como integração e complemento ao programa de seguros. “Atuamos com todos os produtos existentes no mercado brasileiro, assim como rapidamente podemos estudar e implantar soluções provenientes do know how adquirido de seus parceiros estratégicos e da própria Mapfre ao redor do mundo”.

Tecnologia

O diretor de negócios da Zurich Seguros, Werner Stettler, ressalta as diferenças em se trabalhar com Médios e Grandes Riscos. Este, por não se enquadrar nos contratos de resseguros automaticamente requer, na maioria das vezes, uma negociação caso a caso, enquanto que nos Médios não há esta necessidade. “Para a apresentação de condições adequadas, .é essencial a realização de visitas aos principais locais e também o acesso às informações relacionadas à experiências de sinistros ocorridos, bem como medidas adotadas para prevenir as referidas perdas”.

Segundo Stettler, as perspectivas com abertura do mercado estão voltadas para uma maior variação das taxas para empresas do mesmo segmento. “Estas variações estarão relacionadas basicamente à qualidade dos riscos, volume de ativos, experiência com sinistros nos últimos anos e medidas de prevenção”, declara.

No que diz respeito à tecnologia aplicada, o diretor destaca que a Companhia possui um sistema de avaliação de risco desenvolvido pelo Departamento de Engenharia de Riscos do Grupo Zurich. “O nosso departamento de Engenharia de Riscos possui a Certificação ISO 9001 desde 1998 e é formado por quatro engenheiros, treinados no exterior conforme os parâmetros estabelecidos pelo Grupo, que garantem uma padronização mundial na avaliação de risco”.

De acordo com Werner Stettler, na área de Grandes Riscos, as modalidades mais freqüentes são Riscos Nomeados e Operacionais. “Na modalidade de Riscos Operacionais existem variantes de cobertura para danos materiais e/ou cobertura combinada com Lucros Cessantes, não havendo necessidade de nomeação de coberturas e sim determinação de sublimites para determinados riscos intrínsecos à atividade do segurado”, explica.

Costumeiramente, segundo o diretor, nos Grandes Riscos em processos de Construção, Instalação, Montagem e Testes, o seguro de Riscos de Engenharia é sugerido como cobertura mais adequada, sendo que as coberturas acessórias de Responsabilidade Civil, Propriedades Circunvizinhas e Manutenção também são oferecidas. Para projetos e obras, a Zurich também oferece o Seguro de Garantia.

Nos seguros de Property e Responsabilidade Civil, segundo diretor de negócios, a expertise da Companhia destaca-se nos segmentos Químico & Farmacêutico e Alimentos & Bebidas. “Em Riscos de Engenharia, temos presença nos mais diversos projetos de grande porte, desde ampliações industriais até projetos de infra-estrutura relacionados a energia e transporte”, cita.

Soluções Integradas

Oferecendo soluções para clientes e riscos de todos os tamanhos – pequenos, médios e grandes -, a Royal & SunAlliance possui expertise nos segmentos metal/mecânico, alimentos e bebidas, plásticos, alumínio, construção civil, geração de energia, montagens industriais, automobilístico e químico. Segundo o superintendente de Riscos Industriais, Angelo Colombo, as tecnologias são aplicadas intensamente em todas as etapas do processo.

“Dispomos de um sistema eletrônico de gestão de cotações, que garante a entrega dentro dos prazos estabelecidos, além de um sistema de alçadas de subscrição, alinhadas com a política corporativa de aceitação de riscos, um dos pilares de nossa rígida governança corporativa”, pondera Angelo Colombo.

Segundo o superintendente, as cotações efetuadas por corretores podem ser transmitidas eletronicamente para o banco de dados da seguradora, dispensando o trânsito de documentos em papel, otimizando os processos. “O corretor, conhecedor de soluções do mercado de seguros, assume o papel de consultor, indicando ao cliente soluções alternativas disponíveis para viabilizar sua estratégia de riscos”, diz.

Para Colombo, o mercado internacional de seguros e resseguro, historicamente, sempre esteve sujeito a ciclos de alta e baixa de taxas, motivados pelo binômio oferta – demanda ou em função da ocorrência de eventos catastróficos, que geram grandes perdas aos grupos seguradores. “A estrutura do mercado brasileiro de seguros sempre proporcionou o amortecimento destes ciclos, sendo perceptíveis pelos clientes, porém em menor escala, diluídos ao longo do tempo. O fim da blindagem ~ às oscilações internacionais de preços vai depender do modelo adotado para a abertura do mercado de resseguros, até então desconhecido da opinião pública”, acrescenta.

O superintendente da Royal lembra que o mercado de resseguros, sobretudo o dos grandes riscos, depende do bom gerenciamento de riscos, uma vez que os resseguradores, inclusive o IRB, têm suas equipes próprias de técnicos para inspecionar os riscos principais. “Com a abertura, a necessidade de gerenciar riscos crescerá, frente às exigências dos mercados resseguradores. Isto abrirá novas oportunidades profissionais e promoverá uma elevação do nível técnico do mercado”.

Investimento contínuo

No segmento de Property, a AGF Seguros trabalha três produtos. O Master Empresarial, cujo limite vai de zero a R$ 100 milhões e R$ 200 milhões de valor em risco no local. Acima de RS 100 milhões de limite ou superior a RS 200 milhões de valor em riscos, a companhia possui o

Riscos Nomeados, e os Riscos Operacionais, All Risks, no qual se exclui algumas coberturas.

Segundo o superintendente técnico da AGF Seguros, Luiz Carlos Paladino, o Master e os Riscos Nomeados possuem uma peculiaridade. “No Master, temos contrato com o IRB e temos automaticidade de cotação. Já para os Riscos Nomeados, fazemos caso a caso a negociação de resseguro”.

Luiz Paladino declara que o grande diferencial da companhia é a negociação com o resseguro. “Temos um parâmetro muito bom das taxas internacionais, o que nos ajuda durante a negociação do resseguro”, cita.

“Hoje já trabalhamos de forma muito parecida com o mercado externo, pois já acompanhamos o ciclo de oscilação das taxas que ocorrem no mercado internacional. Com a abertura teremos uma condição melhor de competitividade.

De acordo com Paladino, o trabalho de gerenciamento de riscos é de extrema importância, pois possibilita o conhecimento dos riscos de determinada empresa e como tratá-los, sendo que um tratamentos do gerenciamento é o seguro.

Em Riscos de Engenharia, a AGF trabalha com produtos voltados para dois grupos. No primeiro estão enquadrados edifícios residenciais e comerciais, galpões, hangares e teatros, classificados em até R$ 41 milhões. O segundo engloba trabalhos de infra-estrutura como estradas, hidroelétricas e pontes e Instalação e Montagem, com os quais a Companhia trabalha facultativamente. “Desenvolvemos uma nova área para o grupo 2, e instalação e montagem, e obtivemos um crescimento expressivo esse ano”, declara Luiz Paladino que informa que até o próximo ano, a cia. colocará um novo produto voltado para o grupo 2 e instalação e montagem.

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