Notícias | 23 de setembro de 2024 | Fonte: CQCS | Adriane Sacramento

Caso Arlindo Cruz: como a cobertura para doenças graves poderia ajudar o sambista

Reprodução / Instagram

As despesas de Arlindo Cruz chegam a R$ 30 mil por mês apenas com o plano de saúde. A declaração foi dada pela filha do sambista, Flora Cruz, durante conversa na “A Fazenda 16”. Cristiano Mourão, fundador da corretora de seguros Onsave e especialista em seguros de pessoas, explica que, se o cantor tivesse recebido valor por diagnóstico de doenças graves, poderia utilizar a quantia para pagar até mesmo o próprio plano.

O sambista sofreu um vascular cerebral (AVC) hemorrágico em 2017 e passou um longo período hospitalizado, sendo hoje tratado em casa. Em julho, precisou voltar ao hospital por mais de 20 dias para tratar uma pneumonia. Antes disso, já tinha sido internado devido a uma condição chamada bradicardia, quando os batimentos cardíacos ficam irregulares ou lentos. 

De acordo com o fundador da corretora de seguros Onsave, se o cantor tivesse recebido um capital por diagnóstico de doença grave, poderia usar esse valor para cobrir situações que o plano não cobre, ou até para pagar o próprio plano de saúde. Mourão explica que quando uma pessoa recebe o diagnóstico de uma doença grave, pode ter muitas despesas não necessariamente cobertas pelo plano de saúde ou seguro saúde.

“Os planos cobrem tudo que está previsto no rol da ANS. No entanto, existem tratamentos que não estão disponíveis no rol, o que leva muitas pessoas a entrarem com liminares judiciais para que a Agência autorize alguma cobertura, procedimento ou até medicação”, comenta o executivo, acrescentando que isso gera custos adicionais, não apenas com a medicação, mas com advogados e defesa, além de todo o desgaste trazido pelo processo judicial.

Quando a pessoa tem uma cobertura para doenças graves, segundo o especialista, ela recebe uma quantidade estabelecida em apólice, apenas pelo diagnóstico, independentemente de qual seja o impacto provocado por esse diagnóstico. Os seguros para doenças graves oferecem liberdade no tratamento, cobrindo cuidadores, assistências fora do plano e viagens ao exterior. Também protegem o patrimônio em caso de afastamento do trabalho.

No caso de um paciente que é diagnosticado com câncer, por exemplo, ele pode ter acesso a uma cobertura, mesmo que tenha plano de saúde e não precise utilizar o recurso para tratamento. O montante, segundo Mourão, pode ser utilizado para qualquer finalidade.

Considerando a situação do sambista, o especialista explica que, se ele tivesse recebido um capital de R$ 1 ou R$ 2 milhões por diagnóstico de doença, “poderia usar esse valor para cobrir situações que o plano não cobre, ou até para pagar o próprio plano de saúde, pois o dinheiro entra como cobertura direta ao segurado, com liquidez, independente de como será utilizado”.

Um exemplo prático da aplicação da cobertura para doenças graves é de um empresário de 53 anos, cliente de Mourão. Em 2020, ele foi diagnosticado com câncer de pulmão, recebendo, então, o pagamento da apólice. O paciente passou por uma cirurgia, seguida de quimioterapia e, dois anos depois, teve uma metástase cerebral, quando células cancerígenas de outra parte do corpo se espalham e formam tumores no cérebro. Passou um longo período internado e teve um AVC, o que piorou seu quadro drasticamente, deixando-o totalmente dependente de cuidados. 

“Nesse momento, pagamos a cobertura de invalidez funcional por doença. Mesmo tendo plano de saúde e recebendo todas essas coberturas de seguro, houve alguns custos com a saúde que não foram cobertos pelo plano”, traz o especialista. “Além disso, a esposa, que o ajudava nas empresas, se ausentou para cuidar dele, o que prejudicou o faturamento da empresa, que, na época, estava em processo de expansão”, ressalta.

De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), no primeiro semestre do ano, os prêmios emitidos (pagamentos feitos pelos clientes às seguradoras para custear o seguro) para doenças graves/terminal totalizaram R$ 519.244.371. Cada vez mais difundido no mercado, o produto pode ser contratado vinculado ou não ao seguro de vida. 

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