A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) declarou “complexa” transação que levaria cooperativas da Unimed à gestão compartilhada da Fundação Ouro Branco (FOB), que opera hospital e clínicas no interior de Minas Gerais e pertence hoje à siderúrgica Gerdau Açominas.
Quando declara “complexa” uma operação, o Cade exige mais explicações para uma análise mais profunda da transação por enxergar riscos potenciais à concorrência. O entendimento veio depois de a operadora de saúde Hapvida se apresentar como “terceira interessada” no processo e alertar para o risco de haver “potencial capacidade e incentivos para fechamento” do mercado de saúde na região da FOB.
A FOB mantém um hospital em Ouro Branco (MG) e unidades de pronto atendimento 24 horas em Conselheiro Lafaiete (MG) e Jeceaba (MG). O investimento se daria por meio das Unimeds Conselheiro Lafaiete, Inconfidentes e São João Del Rei. (Aos olhos do Cade, porém, as cooperativas da Unimed são entendidas como parte do Sistema Unimed, não como entes separados).
“A instrução realizada até o momento pela Superintendência-Geral (SG) apontou que a operação resultará em concentrações elevadas em alguns desses mercados relevantes”, concluiu a nota técnica do Cade.
Segundo o documento, o Sistema Unimed detém 64% do mercado de planos de saúde nos municípios de Ouro Branco e Conselheiro Lafaite. No mercado de hospitais gerais, o faturamento das Unimeds e da FOB indicaria participação da ordem de 80% a 90%.