A 8ª edição do “Boletim Panorama”, que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou nesta terça-feira (08) confirma que 2024 foi um ano excelente para os planos de saúde, que encerraram o exercício com lucro líquido superior a R$ 10 bilhões, o maior valor apurado desde a pandemia, marcando sete trimestres consecutivos de desempenho positivo. Além disso, a sinistralidade média caiu para 83,8%, o menor nível da série histórica no quarto trimestre do ano passado.
Ao final do ano de 2024, a ANS contabilizou 52.229.516 vínculos de beneficiários a planos de assistência médica, 1,71% a mais do que no ano anterior.
Os planos exclusivamente odontológicos tinham 34.435.853 vínculos de beneficiários, correspondendo a um aumento de 6,28% em relação ao ano anterior.
Como ocorre quase todos os anos, desde o início do Sistema de Informações de Beneficiários da ANS, há mais de 25 anos, o maior crescimento do número de beneficiários em planos de assistência médica foi em planos coletivos empresariais (3,46%).
Vale observar que a variação do número de beneficiários nos demais tipos de contratação tem sido negativa nos últimos anos.
Entre 2023 e 2024, os planos individuais tiveram uma diminuição de 0,79% no número de beneficiários e os planos coletivos por adesão 4,99%.
Em relação às Unidades da Federação, chama atenção o relativamente pequeno crescimento de São Paulo (1,34%) e a variação negativa no Rio de Janeiro (1,58%, a maior queda do país). Essa queda foi fortemente puxada pelos planos coletivos por adesão, que perderam 12,31% de seus beneficiários.
Outro aspecto a destacar diz respeito à distribuição por faixas etárias. Foram observadas, no período de um ano, oscilações acentuadas que, ainda que tenham um componente da qualidade cadastral, podem indicar movimentações de mercado e/ou demográficas.
Verificou-se reduções significativas no número de beneficiários até 4 anos (-6,29% até 1 ano e -3,13% de 1 a 4 anos) e crescimento mais elevado entre idosos (acima de 70 anos), com pico de variação na faixa etária de 45 a 49 anos (6,28%).
Em relação à distribuição dos beneficiários por sexo nos planos de assistência médica, em dezembro de 2024, 47,2% eram do sexo masculino e 52,7% do sexo feminino, não se observando, entretanto, crescimentos distintos entre as duas subpopulações.
Com relação à titularidade do plano, 57,6% dos beneficiários eram titulares (53,6% nos planos coletivos empresariais, 56,9% nos coletivos por adesão e 75,5% nos planos individuais). Não se observou variações significativas nestes percentuais.
Por faixa etária, destacam-se as crianças e adolescentes (até 19 anos), que representam 47,2% dos beneficiários dependentes. O percentual regular de dependentes nas demais faixas etárias pode estar relacionado à condição de cônjuge/companheiro do beneficiário dependente.