O recente acidente com uma Ferrari Purosangue, avaliada em cerca de R$ 7,4 milhões, reacendeu o alerta sobre a importância do seguro automotivo internacional — especialmente para veículos de alto valor em viagens de longa distância. O caso ocorreu no dia 9 de junho, no Peru, durante a travessia da Rota Panamericana feita pelo empresário alemão Em Jay, e reforça os riscos enfrentados por quem percorre diversos países sem cobertura adequada.
Durante uma tentativa de ultrapassagem entre as cidades de Cusco e Nazca, um carro invadiu a pista contrária, forçando Em Jay a desviar e cair em uma vala. Apesar de sair ileso, o veículo sofreu danos significativos. A situação chama atenção para a necessidade de contratar apólices específicas para viagens internacionais, como destacam especialistas do setor.
Em entrevista ao CQCS, Dorival Alves — advogado, corretor de seguros, diretor do Sincor-DF e delegado representante da Fenacor junto à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) — ressaltou os riscos e as exigências específicas das apólices em diferentes países.
“É possível contratar um seguro que cubra acidentes em diversos países, mas a realidade é que muitas seguradoras exigem que o motorista tenha apólices diferentes conforme o território. Isso significa que, ao longo da viagem, Em Jay pode precisar adquirir seguros específicos para cada país que atravessar, o que pode se tornar um desafio logístico e financeiro”, pontuou.
Após o acidente, Em Jay relatou nas redes sociais que precisará ir até Santiago, no Chile, para realizar os reparos no carro. A viagem faz parte de uma jornada de mais de 30 mil km, que começa na Argentina e termina no Alasca, passando por 14 países.
Dorival Alves também alertou para a importância de revisar cada apólice com atenção, considerando que normas de cobertura, franquias e exclusões variam conforme a legislação de cada país. Segundo ele, veículos de luxo como a Ferrari Purosangue podem enfrentar dificuldade para serem aceitos por seguradoras locais, o que exige planejamento antecipado.
O especialista também recomenda que os viajantes considerem outras proteções essenciais: “Essas coberturas são essenciais para garantir a proteção do motorista durante a viagem, especialmente em um trajeto tão longo e potencialmente perigoso”, afirmou, referindo-se ao seguro de vida, seguro de acidentes pessoais, seguro saúde e seguro viagem.
Outro ponto relevante, segundo Alves, é a infraestrutura dos países visitados: “É crucial que ele contrate uma seguradora que ofereça suporte em toda a extensão da rota, com acesso a empresas de assistência automobilística que tenham experiência no atendimento a veículos de luxo”, revelou.
Por fim, o especialista reforça o papel dos corretores na orientação ao viajante: “Consultar corretores de seguros locais pode fornecer uma visão mais clara das coberturas necessárias e das melhores opções disponíveis. Os corretores podem ajudar a identificar as oficinas e assistências técnicas credenciadas em cada região, garantindo que, em caso de necessidade, o veículo receba os reparos adequados”, concluiu Alves.