Há aproximadamente um mês, em uma de minhas apresentações sobre o seguro de vida, um corretor, de cerca de 82 anos, assistia com toda a atenção.
Ao término da apresentação, ele se aproximou e perguntou:
“Você sabe como a comunidade judaica de Nova York, a mais próspera do mundo, enxerga e aplica o seguro de vida?”
Em seguida, orientou:
“Procure saber, a sua visão do seguro de vida é muito parecida com a deles”, o que despertou minha curiosidade e gerou este conteúdo.
Estudando portanto a forma como a comunidade judaica de Nova York, especialmente seus segmentos mais tradicionais, enxerga o seguro de vida, encontramos muito mais do que uma decisão financeira: descobrimos um profundo senso de responsabilidade, continuidade e propósito.
Entre as comunidades mais prósperas e organizadas do mundo, os judeus ortodoxos de Nova York tratam o seguro de vida como uma ferramenta essencial de proteção familiar, planejamento financeiro e expressão prática de valores milenares.
E, realmente, como me disse aquele senhor corretor de seguros, há muita semelhança na minha maneira de enxergar o seguro de vida.
Para os judeus, a proteção é uma responsabilidade moral.
Na tradição judaica, prover e proteger a família não é apenas uma escolha, é uma mitzvá, um mandamento.
É visto como um dever espiritual assegurar que, mesmo na ausência do provedor, a família disponha dos recursos necessários para viver com dignidade, segurança e continuidade.
Por isso, o seguro de vida é contratado com naturalidade e responsabilidade. Não se trata de temer a morte, mas de honrar a vida.
É um ato de amor e de fé no futuro. Algo como, “Quem protege sua família em vida, garante sua presença mesmo na ausência.”
A comunidade judaica tem uma preocupação constante com o legado. O patrimônio não é visto apenas como herança material, mas como transmissão de valores, cultura e compromisso com o futuro.
Assim, o seguro de vida é, muitas vezes, estruturado para ir além das necessidades imediatas, viabilizando a educação dos filhos, o apoio a instituições comunitárias, a perpetuação de projetos e até o financiamento de causas nas quais a família acredita.
O seguro de vida é visto como a proteção a um verdadeiro legado, não é apenas o que deixamos em bens, mas o impacto que continuamos a causar na vida dos outros.
Apesar da forte cultura de apoio mútuo entre famílias e instituições judaicas, existe um valor muito claro, não depender de terceiros quando se pode planejar.
O seguro de vida garante autonomia e evita que, na ausência do provedor, a família precise recorrer a doações, empréstimos ou ajuda comunitária.
Essa visão reforça um ponto essencial, a dignidade dos que ficam, portanto, o planejamento adequado preserva não só o padrão de vida, mas também o respeito e a estabilidade emocional de quem sofre a perda.
Educar os filhos nos valores da fé e da tradição é prioridade absoluta, e isso custa caro. Muitas famílias da comunidade judaica de Nova York contratam seguros de vida com o objetivo de garantir a educação em escolas religiosas, mesmo que algo aconteça com os pais.
Planejar o futuro, para a Comunidade Judaica, é também garantir que os filhos continuarão recebendo os ensinamentos que consideramos sagrados.
Por fim, é comum que muitas famílias utilizem seguros de vida vitalícios, aqueles que oferecem proteção por toda a vida, cientes de que realizaram a compra de um patrimônio de forma inteligente, um processo de alavancagem e planejamento sucessório.
Com essa visão, o seguro de vida deixa de ser um custo e passa a ser um ativo financeiro com função social. Ele não é apenas uma apólice; é uma forma de proteger quem amamos, perpetuar nossos valores e transformar a ausência em presença.
Afinal, nem tudo é uma questão de “SE”, mas de “QUANDO”.
Ao jovem corretor, de aproximadamente 82 anos, com quem, infelizmente, não consegui trocar contatos, mas a quem espero que este texto chegue, o meu muito obrigado pela aula!
Um abraço,
Rogério Araújo