Os sistemas de previdência no Brasil se resumem a previdência social e a previdência complementar (privada).
Apesar de atuarem em áreas semelhantes, essas modalidades não concorrem entre si, como o próprio nome sugere, elas se complementam.
Enquanto a previdência social oferece uma base de proteção ao trabalhador, garantindo um nível mínimo de segurança financeira na aposentadoria, e na minha opinião temos um dos melhores sistemas de previdência social do mundo, tão atrativa que hoje, sem reformas, nao se sustenta, a previdência complementar permite
que o indivíduo construa uma reserva adicional, alinhada com suas necessidades e expectativas de vida.
Dentro do sistema de previdência complementar, destacam-se três principais modalidades, o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), os Fundos de Pensão, e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
Cada um desses modelos oferece diferentes vantagens e características, sendo essencial uma análise criteriosa para determinar qual é o mais adequado para cada perfil.
PGBL – Ideal para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda, pois permite a dedução de até 12% da renda bruta anual.
É uma opção vantajosa para quem busca eficiência tributária e assim aumentar sua capacidade de investimento.
Fundos de Pensão –
Podemos dividir em abertos, já que hoje alguns desses fundos podem ofertar seu plano de aposentadoria para qualquer profissional, e fechados, para uma determinada categoria
profissional, através de entidades de classe, ou colaboradores de uma empresa. Ambos oferecem uma gestão própria, com foco em benefícios de longo prazo e sem fins lucrativos.
Nos fundos fechados, em particular, é crucial que o participante avalie a idoneidade e a competência dos gestores, em especial dos diretores, uma vez
que uma má administração pode comprometer seriamente o patrimônio do fundo, consequentemente a sua reserva, e isso vai muito além da política de investimentos.
VGBL – Indicado para quem faz a declaração simplificada do Imposto de Renda ou deseja complementar o PGBL.
Não permite dedução de IR, mas oferece tributação apenas sobre o rendimento na hora do resgate.
Mas fique atento, já escrevi sobre isso aqui, não se apegue ao modelo de declaração de imposto de renda para definir a sua opção de plano, tome por base o volume das suas despesas dedutíveis, caso contrário você pode
estar perdendo dinheiro.
A escolha entre esses modelos deve ser feita com base em uma avaliação consultiva do perfil tributário, dos objetivos de utilização das reservas, do horizonte de tempo, e do perfil de investimento do indivíduo.
Um atendimento consultivo, realizado
por profissionais qualificados, é essencial não apenas no momento da escolha, mas também nas reavaliações periódicas necessárias para ajustar a estratégia ao longo do tempo.
Além disso, é fundamental buscar instituições sólidas, com histórico de boa gestão e atendimento, e reforço, especialmente
no caso dos fundos fechados, onde a confiança nos gestores, na diretoria, é primordial.
A gestão irresponsável por parte de pessoas não qualificadas pode colocar em risco todo o planejamento financeiro de uma vida, impactando diretamente o futuro financeiro do participante.
Portanto, a atenção aos detalhes, a escolha criteriosa da instituição e a busca por uma consultoria especializada são passos fundamentais para garantir que a previdência complementar cumpra seu papel de proporcionar uma aposentadoria tranquila e segura.
O participante deve ficar sempre atento,
monitorando de perto seu investimento e as condições do mercado, para assegurar que está no caminho certo para alcançar seus objetivos financeiros.
Ao menor sinal de turbulência, de má gestão, migre, faça valer a ferramenta portabilidade, que lhe protege e não gera custos adicionais.
Enfim, sua
aposentadoria é importante demais para ser administrada por qualquer um!
Abraço!
Rogério Araújo