Os recentes incêndios na Califórnia trouxeram à tona a fragilidade de regiões expostas a eventos climáticos extremos e seu impacto direto no mercado de seguros. Nos últimos anos, os incêndios no estado americano já haviam resultado em perdas seguradas estimadas em alguns bilhões de dólares. Isso levou a um aumento médio de 15% nos prêmios de seguros residenciais em áreas de maior risco no país. Os prejuízos de 2025 podem resultar nas maiores perdas econômicas e de seguros da história dos EUA, com estimativas de danos superiores a US$ 50 bilhões, segundo a emissora americana CNBC. Outra estimativa preliminar, dessa vez da AccuWeather aponta que os prejuízos já causados pelo fogo podem chegar até US$ 150 bilhões. De qualquer modo, só vamos realmente saber após o fogo ser plenamente contido e tudo ser devidamente contabilizado.
Nos EUA, seguradoras estão adotando estratégias preventivas, como a análise de dados meteorológicos e a exclusão de áreas de alto risco de cobertura, além de oferecer descontos para segurados que implementam medidas de proteção, como zonas de contenção de fogo e sistemas de aspersão. Foi cogitada até a contratação de bombeiros privados custeados pelas próprias companhias. Essas práticas visam mitigar riscos e, consequentemente, conter a alta nos prêmios.
O paralelo com o que houve no Brasil, com o impacto das chuvas extremas no Rio Grande do Sul em setembro de 2024, embora em menor escala, é inevitável. As enchentes e deslizamentos causaram perdas econômicas estimadas em R$ 1,7 bilhão, com mais de R$ 200 milhões em indenizações pagas por seguros, segundo a Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg). A tragédia resultou em um aumento de até 12% nos preços de apólices residenciais em regiões do Sul.
Tanto nos EUA quanto no Brasil, vemos o reflexo do aumento de eventos climáticos extremos na precificação e nas políticas de seguro. No Brasil, seguradoras também estão incentivando medidas de prevenção, como manutenção de sistemas pluviais e uso de materiais resistentes à água, além de ampliar a conscientização sobre a importância de contratar coberturas adicionais para enchentes e desastres naturais.
Esses eventos reforçam a importância do seguro como um aliado essencial para proteger o patrimônio em tempos de incerteza climática. Mas a pergunta que fica é: como podemos nos preparar melhor para minimizar os impactos financeiros e sociais desses desastres?