É muito triste acompanharmos o que está acontecendo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, por conta dos eventos climáticos. Há perda de vidas, além do patrimônio das pessoas.
Sempre que acidentes assim acontecem a imprensa se lembra que as perdas poderiam ser minimizadas se as pessoas contratassem seguros, mas é sempre bom lembrar que se os seguros podem ser solução parcial para os problemas, a ausência da devida importância às mudanças climáticas e com isso a preparação para eventuais ocorrências poderia ser bem mais eficiente.
Segundo os meteorologistas, a formação simultânea de um ciclone extratropical e de uma frente fria explica o ocorrido, mas sempre é bom lembrar que tudo isso está acontecendo por causa do El Niño, cujas consequências não são novidade para ninguém. Apenas recorrendo à memória lembro que trabalhei intensamente como voluntário no inverno de 1986 quando o El Niño provocou enchentes nos estados do sul do Brasil.
De lá para cá muito pouco foi feito pelo poder público para desassorear os rios, impedir que residências se instalassem em locais de risco e que as pessoas e seus patrimônios estivessem (voluntariamente ou não) de alguma forma expostos.
A pior notícia é que, ainda segundo os meteorologistas, o El Niño vai atingir seu ápice entre dezembro deste ano e janeiro do ano que vem. A pergunta que se faz é: o que está sendo feito para evitar as perdas?
O desconhecimento sobre seguros não permite que as pessoas compreendam que é um instrumento necessário para que as famílias estejam protegidas quando os titulares são perdidos. É função social dos corretores de seguros levar informação de qualidade para as empresas e para as pessoas, mostrando que com uma pequena prestação de prêmio mensal, a sobrevivência financeira das famílias pode estar sob menor risco.
Em relação aos seguros patrimoniais há dois problemas: a base em incêndio que faz com que coberturas para vendaval ou alagamento, por exemplo, sejam limitadas ou até nem oferecidas em seguros residenciais ou empresariais, sobretudo para locais onde há possibilidade de eventos climáticos, quando não se percebe que a infraestrutura local não está preparada para minimizar as perdas, ou seja, quando o poder público age após a ocorrência, pouco investindo em prevenção.
Haverá, obviamente, consequências para os seguros de automóveis, residências e empresas, pois quanto maior o risco, maior será o prêmio, mas entendo que os nossos leitores já sabem como funciona o mutualismo, que é a base do seguro.
A verdade é que a adaptação às catástrofes climáticas é uma das preocupações principais, registradas há alguns anos pelo Fórum Econômico Mundial, mas em todo o mundo e principalmente no hemisfério sul, estamos muito atrasados.