Na manhã da última sexta-feira (11), um touro solto avançou sobre um homem e pulou sobre uma BMW, deixando o vidro do automóvel destruído e parte da carroceria danificada pelo peso do animal. Apesar do dano material, o incidente, que aconteceu na zona sul de Ribeirão Preto, em São Paulo (SP), não deixou feridos. Diante do caso, o CQCS conversou com Dorival Alves para entender se o seguro pode – ou não – cobrir os prejuízos do veículo e quais coberturas poderiam ser acionadas.
“Se o veículo tiver seguro, o proprietário pode acionar a seguradora para solicitar a regulação e liquidação do sinistro. Se os danos forem iguais ou inferiores a 75% do valor do carro, a seguradora reparará os danos e devolverá o veículo nas condições anteriores ao sinistro”, explica Alves, advogado, corretor de seguros, diretor do Sindicato dos Corretores de Seguros no Distrito Federal (Sincor-DF) e delegado representante da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor).
Caso os prejuízos excedam 75%, a seguradora considerará o caso como perda total e indenizará o segurado de acordo com o valor de mercado, respeitando as condições do contrato. O especialista também salienta que, ao indenizar um sinistro, a companhia de seguro pode ajuizar uma ação de regresso para buscar o ressarcimento dos gastos com o veículo segurado. “Se o proprietário do touro for identificado, a ação será contra ele. Caso contrário, a seguradora poderá recorrer aos responsáveis pela manutenção da via, seja município, estado ou federal, ou à empresa administradora da rodovia”, completa.
Em um vídeo divulgado pela imprensa e nas redes sociais, a condutora de um dos veículos envolvidos no incidente ficou preocupada com os danos ao carro e com a segurança da filha, que estava no banco traseiro. Quanto a isso, Dorival reforça que, caso alguém dentro do veículo tivesse sofrido alguma lesão, a apólice de seguro automóvel poderia incluir a garantia de Acidentes Pessoais de Passageiros (APP), que oferece cobertura aos passageiros, limitada ao valor estipulado na apólice.
O caso salienta a importância de contar com um seguro auto adequado, que conte com coberturas compatíveis com os riscos do dia a dia, ainda que sejam improváveis e inusitados. Além da proteção aos danos materiais, o beneficiário também pode ser amparado em caso de riscos à vida.