Nesta quinta-feira (06), foi realizado o último dia do evento KOLMEYA INNOVA SUMMIT (KIS21), evento que acontece desde a última segunda-feira (03), em um ambiente totalmente virtual de navegação 3D chamado “Cidade da Saúde”. O objetivo foi conectar o setor da Saúde por meio de suas lideranças, gerando conteúdo e grandes discussões visando a melhoria do acesso da população ao sistema de Saúde.
Um dos debatedores do painel “Reinventando Setores Tradicionais e o que a Saúde pode Aprender”, exibido nesta tarde, foi Eduardo Kolmar, VP de Saúde & Benefícios da THB.
No debate, Kolmar falou sobre os aprendizados na transformação que vive na indústria e seus desafios. De acordo com o vice-presidente, no setor de seguros, que é extremamente tradicional, os agentes do mercado estão insatisfeitos. “Nós conversamos com as empresas, que estão insatisfeitas com os valores que pagam dos planos de saúde e eles não aguentam mais os incrementos com reajustes que são aplicados”, contou.
Para Kolmar, o cenário atual em virtude da Covid-19 é um capítulo à parte. Além dessa insatisfação, de acordo com o VP, há problemas regulatórios, onde a cada ano o ROL de procedimentos obrigatório estabelecido pela ANS é aumentado, sem substituição ou análise do que poderia ser aprimorado. “Se adiciona mais procedimentos para que sejam cobertos pela saúde privada sem pensar nas consequências para os próprios usuários que são beneficiados”, acrescentou.
Na sua visão, existem também problemas de judicialização. “Hoje é muito comum, que por qualquer demanda não atendida, seja acionado o judiciário”, contou. Segundo Kolmar, em grande numero de casos essa decisão é favorável, muitas vezes para cobrir algo que sequer está no contrato assinado.
Por último, existe a estabilização do numero de beneficiários com acesso a saúde privada nos últimos anos. O VP revelou que o setor fica dependente do cenário econômico, uma vez que esse aumento está diretamente ligado a geração de mais empregos. “Essa equação não fecha. Temos um aumento de sinistros, as empresas não suportam mais os reajustes, e não há mais volume de prêmio para ser acrescentado dentro deste ecossistema. Aí está a necessidade de uma transformação, de soluções muito rápidas”, pontuou.
Kolmar também falou sobre as dificuldades de engajamento e de conscientização, seja pelo entendimento do valor desse benefício oferecido, ou até pela dificuldade de comunicação para as diferentes gerações presentes no mercado de trabalho. “Como acessamos a essas gerações com percepções diferentes? Com entendimentos diferentes e propósitos diferentes, com atingirmos um único objetivo?”, questionou. De acordo com o VP, há uma unanimidade por essas soluções digitais. “Não há dúvida que 100% das pessoas planejam e querem investir. Só que também esbarramos sempre na questão de custo”, contou.
No bate-papo, o executivo falou que a ideia é que eles consiga uma saúde viável, acessível e de qualidade para todo mundo. E na questão de dados relacionados à saúde, a informação é ouro para ser trabalhada.
“A tecnologia acaba sendo um fator decisivo para essa transformação”, concluiu Kolmar. De acordo com o VP, a única alternativa viável para transformar, considerando todo esse cenário, é usando a tecnologia. Seja com inteligência artificial, telemedicina, entre outros. “O grande entendimento é a necessidade de conscientização. Temos que entender que o ecossistema é único. O grande trabalho que temos é conseguir acessar cada vez mais pessoas e transformar o mercado sustentável para todo mundo”, finalizou.