Notícias | 15 de dezembro de 2003 | Fonte: Gazeta Mercantil

VGBL continua a encantar aplicador

O plano lidera vendas de 2003, com 43% do total arrecadado e volume de R$ 7,4 bilhões. Não é preciso esperar pelo fechamento do ano para concluir que 2003 foi um marco para a previdência

complementar privada no Brasil. Entre janeiro e outubro, o setor cresceu 58,6%, para um total de R$ 11,06 bilhões em recursos captados, volume superior aos cerca de R$ 10 bilhões acumulados

em 22 anos (entre 1977 e 1999).
A maior atenção dada a investidores que até o início do ano passado não tinham alternativa de investimento em previdência privada fez do Vida Gerador de Bene-fícios Livre (VGBL) o grande

destaque do período.
Criado em março de 2002, o produto voltado para o aplicador que de alguma forma não pode aproveitar o diferimento fiscal dos Planos Geradores de Benefício Livre (PGBL) lidera as vendas de

2003, com 43% do total arrecadado até outubro, para um volume de R$ 7,4 bilhões. Com 32% da arrecadação, o PGBL reúne R$ 11,2 bilhões. Os planos tradicionais respondem por apenas 25%

do total, mas ainda dominam, com recursos de R$ 25,4 bilhões, para uma carteira total de investimento de R$ 44,4 bilhões.
Embora exista consenso entre os profissionais do setor que dificilmente haverá ano como esse para a previdência aberta, a maioria deles concorda que o setor continuará a crescer a níveis

elevados em 2004. As previsões indicam uma taxa entre 35% e 40%, ritmo idêntico ao que vinha sendo registrado desde 2000. Além disto, enxerga-se para o próximo ano um certo equilíbrio nas

captações registradas por PGBLs e VGBLs.
“Em 2003, o pico de crescimento em fundos de previdência se deu em razão da demanda reprimida e isto tende a ser suavizado”, diz o diretor de Vida e Previdência da Real Seguros, Edson

Franco. O presidente da Brasilprev, Eduardo Bom Ângelo, concorda. “Acho muito difícil dar outro crescimento de 55%, mas o setor deve manter média de crescimento dos últimos anos”, afirma

Bom Ângelo.

Destaques do ano

O ano foi excelente para o setor como um todo e, ainda assim, algumas empresas conseguiram crescimento acima da média. A Realprev atingiu receita de R$ 360 milhões até novembro, alta

superior a 110% se comparada a igual período do ano passado. Em ativos, o crescimento foi de 80% para um total de R$ 1,1 bilhão.
No Unibanco, as reservas saltaram de R$ 2 bilhões em dezembro do ano passado para R$ 3 bilhões em outubro de 2003, com R$ 1,03 bilhão em vendas no período. Com a compra da AGF, a

Itauprev chega ao final do presente ano com R$ 4,7 bilhões em reservas e captação de R$ 2,103 bilhões até outubro – alta de 130% em relação ao mesmo período de 2002.
O desenvolvimento do mercado de planos empresariais – hoje totalizam 81 mil planos – responde por parte do aquecimento dos negócios. “O fechamento de contratos de planos empresarias

trouxe um volume extra de recursos no primeiro semestre”, afirma Edson Franco.
No Unibanco, o segmento corporate representa 45% do total de reservas. “Houve demandada de empresas que montaram planos de previdência ou pediram estudos sobre o setor”, diz o diretor

executivo da Unibanco AIG Seguros e Previdência, Cristovam Mangione Sobrinho.
Bom Ângelo, da Brasilprev, afirma que sua empresa, que nos últimos anos voltou-se quase que de modo exclusivo ao varejo, finaliza a estruturação da área corporate de previdência.
Rentabilidade dos compostos Em termos de rentabilidade, o ano foi, sem dúvida, dos planos compostos. Após um período difícil em 2003, as carteiras que podem posicionar até 49% de seus

ativos em renda variável foram beneficiadas pela alta superior a 80% da Bolsa.
Neste cenário, a rentabilidade média dos VGBL Compostos alcança cerca de 28% até novembro, contra alta de 19% da Renda Fixa, de acordo com dados da InvestNews. Entre os PGBL, a

diferença diminui, mas ainda existe. Os Compostos rendem 23% até novembro, ante avanço de 21% da Renda Fixa.
É no desempenho das carteiras mais rentáveis de cada setor, no entanto, que fica mais clara a preponderância dos compostos. No VGBL, o fundo mais rentável do ranking de compostos da

InvestNews – o Bradesco FIF VGBL V40/30 – rende 35,8% até a primeira semana dezembro, ante alta de 23,7% do Brasilprev RT FIX II (o fundo mais rentável entre os VGBL Renda Fixa).
No segmento dos PGBLs, a diferença entre os planos mais rentáveis torna-se ainda maior. Enquanto o AGF FIF Master 40 lidera o a listagem dos compostos, em alta de 40,4% em 2003, o

Santander PGBL Moderado é o destaque da renda fixa, com valorização próxima a 27%.

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