Notícias | 8 de dezembro de 2004 | Fonte: Valor Econômico

Venda da Real Seguros deve sair até o fim do ano

As negociações para a venda de parte ou do controle acionário da Real Seguros pelo grupo holandês ABN AMRO entraram em sua fase final. As propostas dos interessados serão entregues até o dia 20 e espera-se um desfecho antes do fim do ano. De acordo com fontes próximas à negociação, participam da disputa a Unibanco AIG, o consórcio formado pela japonesa Tokio Marine e pela americana New York Life, a espanhola Mapfre e a americana Mass Mutual.

O ABN informou aos candidatos que, a princípio, tem interesse de vender 50% do capital da seguradora. A empresa de títulos de capitalização ficaria fora do negócio. Mas nem todas as propostas devem se ater a esse formato. Segundo uma fonte, é provável que alguns dos candidatos prefiram ficar com o controle da empresa, para ter a gestão das operações. Para outros, esse não seria um ponto fundamental.

Um dos principais atrativos do negócio não é propriamente a carteira de seguros da empresa, mas a possibilidade de distribuição de produtos pela rede de mais de duas mil agências e Postos de Atendimento Bancário do Banco ABN AMRO Real. Segundo fontes, quem comprar ou se associar à Real Seguros terá direito a exclusividade de distribuição de apólices de seguros pela rede do banco pelo prazo de dez anos. E o contrato é sujeito a renovação.

Os concorrentes já analisaram as informações operacionais e financeiras da companhia no “data room” aberto no início de outubro. Todos já receberam as minutas dos contratos e agora trabalham no desenho da proposta e no preço.

Embora o ABN AMRO queira vender uma participação em toda a seguradora, nem todos os candidatos gostariam de ficar com o pacote fechado. Esse seria o caso da Mass Mutual, que teria interesse em algumas das carteiras da empresa. Muito provavelmente vida e previdência, que estão no seu foco de atuação. Mas uma proposta que não contemple o negócio inteiro pode perder competitividade em relação às demais. A principal carteira da Real Seguros é a de automóveis, que representa 58% do faturamento em prêmios.

Em 2002, o ABN chegou a colocar a Real Seguros à venda, mas o processo não prosperou. Na época, a seguradora foi avaliada em cerca de R$ 1,5 bilhão (US$ 500 milhões), cifra considerada extremamente elevada. A Real Seguros é a oitava no “ranking” por faturamento em prêmios. Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), as três empresas que compõem o grupo Real Seguros faturaram R$ 1,03 bilhão em prêmios no período janeiro a setembro de 2004.

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