Notícias | 24 de março de 2021 | Fonte: 6 minutos

Vale a pena fazer um seguro de carro pay per use? Veja prós e contras dessa modalidade

Hoje, apenas 30% dos carros que circulam no Brasil têm seguro. Segundo a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), alguns proprietários deixam de contratar o serviço por acharem que é desnecessário, enquanto outros por falta de dinheiro. Independentemente do motivo, o mercado está criando modalidades para atrair clientes que querem gastar menos e uma delas é o seguro pay per use, em que o valor cobrado varia de acordo com a quilometragem rodada.

“O cliente pode olhar na carteira digital, ver quantos quilômetros dirigiu e quanto foi cobrado por cada viagem que fez. Trazemos mais transparência para os consumidores”, afirma André Gregori, CEO da Thinkseg, que oferece este tipo de produto desde 2019.

Como o seguro funciona? O cliente paga por uma assinatura mensal mais um valor em centavos por quilômetro rodado. Na Thinkseg, o seguro é oferecido em parceira com a seguradora Generalli e o valor fixo começa em R$ 25 e aumenta de acordo com o modelo do veículo e o CEP do local em que mora.

O seguro inclui cobertura de acidentes, furto e roubo e serviços de assistência, como reparo de faróis, vidros e lanternas e guincho 24 horas. A maior parte dos cliente da startup são homens, com idades entre 26 e 45 anos.

A Youse é outra empresa que oferece esta modalidade de seguro. Os planos da companhia começam a partir de R$ 50, com acréscimo de valor pelos quilômetros rodados – o valor inicial é de R$ 0,10 e varia de acordo com o perfil do consumidor, a região e o modelo do veículo. Segundo o diretor de produtos da empresa, Federico Salazar, é indicado para quem roda até 300 km por mês.

Quais as vantagens? Para os especialistas ouvidos pelo 6 Minutos, o preço mais em conta é uma das principais vantagens, principalmente para quem roda poucos quilômetros com o carro, que consegue preços mais competitivos.

A possibilidade de cancelar o serviço a qualquer hora também é um ponto positivo, já que normalmente as empresas não cobram nenhum tipo de fidelidade do cliente.

O barato pode sair caro? Depende. O preço não pode ser a única coisa analisada pelo consumidor na hora de fazer o seguro. “O principal ponto negativo é que a cobertura tende a ser mais limitada, não é tão ampla como o cliente espera”, afirma o especialista em mercado de seguros Newton Queiroz.  

Na hora de fechar um seguro pay per use é importante ler todas as letras miúdas da apólice e, se ficarem dúvidas, conversar com um corretor sobre o assunto para entender se aquela proposta atende a todas necessidades do cliente.

“O custo de seguro tem a ver com o risco da operação. Se o risco é alto, o preço é caro. Se o risco é baixo, o preço do seguro é baixo, não existe milagre”, afirma Bruno Kelly, sócio-diretor da Correcta Seguros.

Qual a tendência daqui para frente? Para Queiroz, cada vez mais o mercado deve se reinventar e criar novos produtos.

“O seguro pay per use é uma tendência que veio para ficar. Temos experimentado um crescimento grande desta modalidade, principalmente por causa da pandemia”, afirma Gregori. Com cada vez mais os carros na garagem, devido o isolamento social, clientes buscaram a empresa em busca da redução dos custos com o carro.

Para ele, o grande desafio é democratizar o acesso a seguros. “As pessoas foram obrigadas a revisitar suas contas. O seguro é um dos gastos mais importantes para quem tem carro e, se você consegue ter uma alternativa mais barata, todos saem ganhando”, afirma.

O pay per use vai superar o seguro tradicional? Para Kelly, isso pode acontecer no longo prazo se mais seguradoras abraçarem a causa. “Não vejo a possibilidade do seguro pay per use superar o tradicional nos próximos cinco ou dez anos”, afirma.

Salazar afirma que o pay per use é o produto do futuro. “Neste momento é difícil ver o cenário completo, porque não sabemos se as pessoas estão rodando menos porque estão em casa ou se essa tendência vai continuar depois”, afirma Salazar.

Quanto maior a concorrência, mais benefícios para os consumidores. “Além dos seguros sob demanda, o mercado tem apostado no desenvolvimento de produtos tradicionais mais compactos, desenhados especialmente para aqueles que não possuem seguro”, afirma Michelle Pereira de Souza, gerente de seguros pessoa física da Howden Harmonia.

Um comentário

  1. Leonardo Sant Ana C de Queiroz

    24 de março de 2021 às 20:10

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