Sob intervenção financeira e técnica da ANS, a Unimed-Rio segue com os bastidores conturbados após dar início à transferência de cerca de 485 mil usuários de seus planos de saúde para a Unimed Ferj.
O mais novo capítulo gira em torno da convocação de uma Assembleia-Geral Extraordinária (AGE) que, entre outros assuntos, pode destituir a diretoria.
Beleza. O Conselho Fiscal havia convocado, em 21 de abril, seus 4.095 associados para uma AGE presencial no próximo dia 11 maio. Em pauta, a avaliação da gestão e prestação de contas referentes a 2022 e 2023, esclarecimentos sobre a transferência da carteira de clientes da Unimed-Rio e a destituição da diretoria e do Conselho de Administração.
Mas a cúpula da cooperativa desautorizou o conselho e anunciou no último dia 30 o cancelamento da assembleia por meio de um comunicado. E mais: convocou uma outra, de caráter informativo e a ser realizada remotamente, para uma semana depois, em 28 de maio.
A nota pública dizia que o agendamento demonstra “o empenho desta diretoria em prestar esclarecimentos sobre o não fechamento das contas dos exercícios de 2022 e 2023; as transações com a Unimed Ferj; e as perspectivas futuras para a Cooperativa”.
Faltou combinar com o Conselho Fiscal, que reagiu de imediato e confirmou que a AGE está mantida na data previamente informada. O colegiado acusou ainda a diretoria da Unimed-Rio de informar o cancelamento de “forma leviana e mentirosa” por não ter autoridade para tal. Seus integrantes afirmam que estão respaldados pelo estatuto social.
A resposta veio em novo comunicado. Diz o conselho:
“O desespero é tanto que, após desrespeitar por 2 anos seguidos tanto o Estatuto Social como a Lei Federal 5764/71, se “prontificam” a realizar uma AGE virtual onde explicarão porque não cumpriram a Lei. Definitivamente é muito mau-caratismo”.