A Uber Technologies Inc. processou um grupo de advogados, prestadores de serviços médicos e motoristas de aplicativos de transporte que, de acordo com a empresa, forjaram acidentes de carro, fabricaram danos e passaram por procedimentos médicos desnecessários para se beneficiar de apólices de seguros na Flórida (EUA), o que custou à gigante do transporte “vários milhões de dólares” em pagamentos indevidos. As informações são do portal Valor Econômico.
A empresa que conecta passageiros a motoristas parceiros acusou o grupo de conspirar para “gerar uma desculpa para prestar atendimento médico desnecessário, apresentar falsas reivindicações de seguro para recuperação e entrar com ações judiciais frívolas para processar por danos inexistentes” entre os anos de 2023 e 2024. Segundo a Uber, no processo federal aberto na quarta-feira,
os cinco motoristas que foram citados no processo foram “recrutados com propina para encenar acidentes”.
O grupo recrutou reclamantes que levaram os veículos a oficinas especializadas para fabricar a “falsa impressão de que os acidentes resultaram em ferimentos”, afirmou a empresa. “Embora a investigação da Uber sobre a extensão total do esquema continue em andamento, a Uber descobriu vários milhões de dólares em custos de defesa e acordos diretamente resultantes deste esquema”, acrescentou. Os réus nomeados no processo não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.
Ainda de acordo com o Valor Econômico, este é o segundo caso de extorsão que a Uber move em 2025, buscando diversos meios para dissuadir advogados especializados em danos pessoais e outros criminosos de se aproveitarem de apólices lucrativas e buscarem altos pagamentos, afirmou a empresa. Em janeiro, a empresa processou um grupo de escritórios de advocacia, médicos e clínicas em Nova York por práticas fraudulentas semelhantes. A empresa também investiu milhões de dólares em campanhas publicitárias locais e nacionais para pressionar por reformas legislativas em apólices de seguros.
Para a Uber, todas as iniciativas ajudariam a reduzir os crescentes custos de seguro, que são repassados aos clientes na forma de tarifas mais altas, contribuindo para a desaceleração dos negócios de compartilhamento de viagens da empresa nos EUA.
“Os consumidores, em última análise, estão pagando por atividades fraudulentas e, portanto, temos a obrigação de protegê-los”, disse Adam Blinick, que supervisiona políticas públicas e as comunicações da empresa nos EUA e no Canadá. “Se virmos algo inapropriado na plataforma, tomaremos as medidas adequadas para impedir, incluindo ações civis RICO”, acrescentou em entrevista, referindo-se à Lei de Organizações Corruptas e Influenciadas por Extorsão dos EUA.