Notícias | 7 de novembro de 2003 | Fonte: Valor Econômico

Transparência e auto-regulação na agenda do mercado

A confiança da população nas seguradoras não é das mais altas. Pelo menos é o que mostra uma pesquisa do instituto Ibope Opinião, que apresentou a um grupo de entrevistados uma lista de 22 instituições e pediu que eles respondessem a cada uma se confia ou não.
O resultado é que as seguradoras ficaram em 20ª posição na lista, com 33% dos entrevistados respondendo que confiam e 60% dizendo que não confiam. As companhias de seguros só ficaram acima do Movimento dos Sem Terra (MST) no qual apenas 31% disseram que confiam e da Câmara dos Deputados (30%). O que fazer para subir no conceito da população? Para o presidente da Itaú Seguros, Luiz de Campos Salles, maior transparência é uma das respostas. Apresentado aos resultados da pesquisa pelo Valor, Salles demonstrou surpresa e preocupação. Mas disse que esse é um tema que está na roda, quando se discute Código de Ética e auto-regulamentação do mercado segurador.
Para Salles, a mera criação de um Código de Ética do mercado segurador não é a solução. “Há um enorme risco de, ao somarem-se todos os diferentes interesses envolvidos, criarmos um Código ‘aguado’, com princípios óbvios como o de que não se deve roubar o segurado”. Salles vai levar algumas idéias para um seminário que acontece hoje em São Paulo sobre Ética e Transparência em Seguros.
Uma delas é a criação de um comitê tripartite, composto por representantes da Susep, das seguradoras e dos corretores de seguros. Esse comitê seria encarregado de receber, analisar e responder a todas as reclamações dos segurados em relação a sinistros. E teria autonomia para pedir explicações à seguradora, responder ao segurado, analisar as queixas e fazer recomendações ao mercado. Seria uma espécie de ouvidoria coletiva.
Outra proposta é contábil. Salles acha que da forma como os balanços das seguradoras são elaborados hoje, o resultado (lucro ou prejuízo) não reflete fielmente o desempenho e solidez dos grupos. Isso porque são misturados na mesma conta o resultado operacional com financeiro, e as atividades de seguros, previdência e capitalização, que são muito diferentes, apesar de serem todas contabilizadas como seguros.
Autor: Janes Rocha

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