Os dados refletem o fortalecimento da cultura do seguro no estado e o aumento da demanda por proteção patrimonial, em especial em regiões com expansão urbana e acesso facilitado ao crédito imobiliário, divulgou a Confederação Nacional das Seguradoras
O mercado de seguros habitacionais no Tocantins apresentou um desempenho positivo no acumulado mais recente. A arrecadação no primeiro trimestre de 2025 atingiu R$ 6,4 milhões, e registrou alta de 50,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda mais expressivo foi o crescimento das indenizações, que somaram R$ 2,1 milhões — um aumento de 242,9%. Os dados são da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
Segundo Elaine Fraqueta, presidente da Comissão Habitacional da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), “quanto mais avança o financiamento imobiliário, mais cresce o mercado de Seguro Habitacional, já que sua contratação é obrigatória por lei”.
Essa obrigatoriedade visa proteger a segurança financeira tanto da família de quem financiou a residência quanto da instituição de crédito imobiliário, no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). “O produto assegura aos herdeiros a quitação do financiamento habitacional, viabilizando que eles permaneçam com o imóvel na falta do mutuário por morte ou invalidez permanente.”, explica a executiva.
O cenário positivo coincide com a criação da nova Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), lançada pelo governo federal, voltada para famílias com renda mensal entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil. Com juros de 10% ao ano mais Taxa Referencial (TR), a faixa oferece taxas mais vantajosas que as médias do mercado, que giram em torno de 13% ao ano mais TR. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), essa diferença pode reduzir em até 27% o valor das parcelas mensais.
Conforme a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o Tocantins contratou, até o fim do ano passado, 6 mil unidades habitacionais desde a retomada do Minha Casa, Minha Vida pelo governo federal, em 2023. Há registro de contratações de unidades habitacionais em 56 dos 139 municípios do estado. A capital, Palmas, lidera o número de contratos no estado, com 2.620. Na sequência das cidades que mais contrataram unidades no estado estão Araguaína (1.035), Gurupi (655), Paraíso do Tocantins (284) e Porto Nacional (192).
Outros fatores também contribuíram para o aumento, como explica Cirlene Soares, diretora do Sindicato das Seguradoras da região (SindSeg BA/SE/TO). Para a executiva, o comportamento do produto “reflete a combinação do dinamismo no mercado imobiliário local; maior frequência de eventos climáticos; conscientização sobre a importância da proteção patrimonial feita através de ações do Sindicato das Seguradoras da Bahia Sergipe e Tocantins; melhorias tecnológicas no setor; e ofertas de pacotes mais completos e com preços acessíveis para a população. Isso demonstra um movimento sustentável e com muito mais potencial de expansão”.
De acordo com a CNseg, os dados refletem o fortalecimento da cultura do seguro no estado e o aumento da demanda por proteção patrimonial, em especial em regiões com expansão urbana e acesso facilitado ao crédito imobiliário. O crescimento nas indenizações pode indicar, também, maior agilidade e eficiência no atendimento aos segurados, além de eventos que justificaram maior acionamento das apólices.