Notícias | 5 de maio de 2022 | Fonte: CQCS | Juliana Winge

Taxa Selic aumenta um ponto percentual e apresenta um novo cenário para investidores brasileiros

Membros do Comitê de Política Monetária (Copom) decidiram por unanimidade, nesta quarta-feira (04/05), elevar a taxa básica de juros Selic da economia brasileira em 1 ponto percentual, para 12,75% ao ano. Nos EUA, as taxas subiram 0,50 ponto para um intervalo de 0,75% a 1,00%. “Mesmo que os juros dos EUA subam, a diferença de juros entre o Brasil e os EUA ainda é grande, mais de 10 pontos percentuais, o que ajudará o dólar a ficar perto de 5 reais em vez de 6”, comentou economista da MAG Investimentos, Felipe Rodrigo de Oliveira.

Isso significa que  o ciclo de altas taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos apresenta um novo cenário para os investidores brasileiros, e tudo se torna ainda mais nebuloso já que o lockdown chinês, a guerra na Ucrânia e a eleição no Brasil estão no mesmo contexto. Assim, alguns produtos de renda fixa tornaram-se mais atraentes, enquanto os ativos de capital muitas vezes perdem seu apelo.

Na avaliação do economista, os investimentos mais recomendados nesse ambiente são os títulos de renda pós-fixada, ou seja, os títulos que acompanham a variação da Selic, com algumas opções oferecendo retorno de mais de 1% ao mês, dependendo do prazo da aplicação, além de títulos indexados à inflação, dado o cenário de preços elevados. Felipe também recomenda investimentos em crédito privado de baixo risco e fundos de hedge. “Eles atuam em vários mercados no Brasil e no exterior, diversificando seus portfólios em produtos normalmente não disponíveis para investidores pessoas físicas”, disse ele.

Outra indicação são os fundos imobiliários, que têm dividendos mensais isentos de imposto de renda. “Enquanto o setor imobiliário não se valorizou mais do que a inflação, temos observado um movimento de volta das pessoas ao trabalho presencial, e os FIIs são uma forma de tentar capturar essa tendência”, diz Felipe. Ele ressalta, porém, que o ideal é sempre diversificar os FIIs em carteira, definindo cotas para lajes corporativas, armazéns, crédito imobiliário e outros.

Em relação à bolsa, Felipe destacou ações de bancos, que devem se beneficiar de uma Selic mais alta. “Eles tendem a se sair melhor com taxas mais altas, especialmente porque nossa taxa de inadimplência continua baixa”, afirmou.Já na caderneta de poupança pouco muda. A modalidade de investimento mais popular do país seguirá com o retorno travado em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial), e continuará perdendo para a inflação.

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