Notícias | 12 de junho de 2025 | Fonte: CQCS

Susep vai iniciar regulamentação de novas leis em junho

A partir deste mês, a Susep vai colocar em consulta pública minutas de normas que irão regulamentar a Lei Complementar 213/25, que trata da atuação das cooperativas de seguros e das associações de proteção patrimonial; e a Lei 15.040/24, conhecida como “Marco Legal do Seguro”, que moderniza e aprimora a legislação sobre contratos de seguro no Brasil. O anúncio foi feito pelo superintendente da autarquia, Alessandro Octaviani, ao participar, nesta quarta-feira (11), do connection talk “Desafios de um Setor em Transformação”, na abertura do “Conexão Futuro Seguro 2025”, evento on-line organizado pela Fenacor e a Escola de Negócios e Seguros (ENS).  “Vamos editar várias normas. Mas, quanto mais enxuta for a regulamentação, melhor”, acentuou.

Segundo ele, essas regulamentações podem ajudar o mercado a aumentar sua penetração e a concorrência e se tornar mais “conhecido”.

Para Octaviani, há um amplo espaço para o seguro ocupar. “No Rio Grande do Sul, as perdas atingiram R$ 100 bilhões, mas o mercado pagou apenas R$ 6 bilhões em indenizações. É muito distante do que deveria”, pontuou.

Na visão do superintendente da Susep, o seguro precisa se consolidar como um verdadeiro instrumento de políticas públicas para que a economia nacional “atinja o patamar que pode atingir”.

Especificamente sobre a Lei Complementar 213/25, ele comentou que há, hoje, cerca de 3 mil associações de proteção veicular atuando no País, número que deve ser reduzido com a nova regulamentação. “Vamos ver agora quais associações desejam entrar para a legalidade”, acentuou.

COMUNICAÇÃO

Por sua vez, o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, salientou que, atualmente, o maior desafio do mercado de seguros é ser conhecido da sociedade brasileiro. Para tanto, na avaliação dele, será preciso melhorar a comunicação com os consumidores. “Pesquisa recente indicou que 77% das pessoas confiam no seguro, mas 67% não têm conhecimento básico sobre o mercado. Apenas 15% sabem o que é prêmio”, afirmou.

Oliveira anunciou que a CNseg vai recomendar que as seguradoras passem a utilizar uma linguagem mais simples, substituindo, por exemplo, “prêmio por preço”.

Ele frisou ainda que o Corretor de Seguros é fundamental nesse processo por representar, na prática, “a voz do seguro”.

ASSOCIAÇÕES

Por sua vez, o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, destacou que a Lei Complementar 213/25 traz um novo paradigma para o setor. “Não haverá mais associação de proteção veicular.  Nascerá um mercado novo e bastante promissor, aberto a quem quiser participar. O Corretor de Seguros deve se informar sobre o que está sendo tratado na Lei”, recomendou.

O connection talk teve como moderador o presidente do Sincor-SP e vice-presidente da Fenacor na Região Sudeste, Boris Ber.

Participaram ainda o presidente da CAPEMISA, Jorge Andrade, que destacou a importância do Corretor de Seguros para a empresa, inclusive no processo de desenvolvimento de produtos e de novas ferramentas tecnológicas; e o diretor executivo de Produtos Massificados da Tokio Marine, Marcelo Goldman, para quem o setor precisa ficar atento aos muitos desafios regulatórios que terá pela frente nos próximos anos.

PAINEL

Em outro importante painel do evento, mediado pelo presidente da ENS, Lucas Vergilio, foi discutido o tema “Corretor como Protagonistas em Soluções e Inovações”.

Na conversa, os especialistas Ildebrando Neres, Ricardo Villaça e Samy Hazan falaram, respectivamente, sobre Certificação para Assessor de investimentos; Inteligência Artificial (IA); e Inovação.

Neres recomendou que o Corretor de Seguros passe a atuar como um verdadeiro planejador financeiro do cliente. “Antes, havia a concorrência do gerente do banco. Agora, são os agentes de investimentos que estão invadindo nosso campo. Então, devemos entrar também no campo deles. Fiz isso há seis anos e não me arrependo”, revelou.

Já Villaça disse que a Inteligência Artificial pode ser a quarta revolução industrial. Contudo, alertou que o uso não está sendo bem direcionado, apesar dos investimentos feitos. “Todo mundo, inclusive o Corretor de Seguros, deve ter uma estratégia para o uso da IA, especialmente na hiperpersonalização na relação com o cliente”, frisou.

Por fim, Hazan pontuou que, com a transformação digital no mercado, o Corretor de Seguros deixa de ser apenas um distribuidor para ser agente transformador. “Darwin já dizia que não é o mais forte que sobrevive, mas aquele que melhor se adapta à nova realidade”, enfatizou.  

Essa foi a quinta edição do “Conexão Futuro Seguro”. Mais de 4,5 mil Corretores de Seguros se inscreveram, número que comprova o interesse e a relevância do evento para o setor.

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