A Superintendência de Seguros Privados (Susep) não esclareceu porque o processo de autorização de funcionamento da seguradora Youse está emperrado. Questionada, a autarquia se limitou a dizer que “não há qualquer ‘guerra’ em andamento e muito menos lobby por parte dos corretores de seguros pela não aprovação”.
Conforme a coluna Correio Econômico publicada ontem, a Supep, autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda que controla e fiscaliza esse segmento, paralisou o processo que autoriza a Youse a funcionar no mercado como uma seguradora. A Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), presidida pelo ex-deputado federal Armando Vergílio, e diversos sindicatos estaduais encaminharam queixas formais à pasta, alegando que a empresa faz propaganda agressiva que pode iludir o consumidor ao dizer que o corretor de seguros não é necessário.
Para piorar a situação, o superintendente da Susep, Joaquim Mendanha de Ataídes, é indicado político do deputado federal Lucas Vergílio (SDD-GO), filho do presidente da Fenacor. O xerife do setor não esclareceu se há um conflito de interesses nesse caso. Informou apenas que recebeu diversas denúncias sobre a atuação da Youse e detectou que a comercialização de seguro pode dar a perceber ao consumidor que a plataforma é uma seguradora.
Em nota, a Fenacor informou que não é contra a inovação, a evolução e a venda de seguros pela internet. Para eles, a Youse atropelou o órgão regulador e, desde fevereiro, atua sem registro e autorização.