Notícias | 16 de maio de 2007 | Fonte: Jocelyne Zablit/WASHINGTON(AFP)

Sistema de saúde dos EUA fica em último lugar em uma classificação de países

O sistema de saúde americano aparece em último lugar em uma lista que classifica a assistência sanitária em países ricos em termos de qualidade, acesso e eficiência, segundo dois estudos divulgados nesta terça-feira, em Washington, por uma consultora privada especializada no tema.

Os estudos do Fundo Commonwealth indicaram que os Estados Unidos, que têm o sistema de saúde mais caro do mundo, obtém sistematicamente um rendimento mais baixo que o de outros países e, diferente do resto, não dá cobertura de saúde universal a seus cidadãos.

“Os Estados Unidos se destacam como a única nação nestes estudos que não garante acesso ao atendimento de saúde através de uma cobertura universal e da promoção de um ‘lar médico’ para os pacientes”, disse a presidente do Fundo Commonwealth, Karen Davis.

“Nosso fracasso em assegurar um seguro médico para todos e em estimular vínculos estáveis e de longo prazo entre médicos e pacientes se evidencia em nosso desempenho pobre em termos de qualidade, acesso, eficiência, igualdade e resultados de saúde”, acrescentou.

O estudo, intitulado “Mirror, Mirror on the wall: an update on the quality of american health care through the patient’s lens” (Espelho, espelho meu: uma atualização sobre a qualidade do sistema de saúde americano do ponto de vista do paciente) se baseou em entrevistas com médicos e pacientes de Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, Alemanha, Nova Zelândia e Estados Unidos, aos quais pediu para que falassem sobre suas experiências e opiniões com relação a seus sistemas de saúde.

Os Estados Unidos ficaram em último na maioria dos itens, entre eles o acesso a cuidados de saúde, a segurança dos pacientes, a oportunidade de tratamentos, a eficiência e a igualdade. Os americanos também foram os últimos quando perguntados se tinham ou não um médico de família.

“Os Estados Unidos gastam o dobro do país industrializado médico em cuidados de saúde, mas claramente não obtemos o que pagamos”, disse Davis à AFP.

Davis disse ainda que 45 milhões de americanos ou 15% da população do país não tem seguro médico.

Os Estados Unidos também estão atrasados com relação à aquisição de moderna tecnologia e informação médica, o que se traduz em uma espiral de custos e uma pobre atenção.

“Nós nos orgulhamos de estar na vanguarda em tantas áreas da tecnologia, mas não é o caso na tecnologia de informação médica”, disse Davis. “Outros países se adiantaram”.

A Grã-Bretanha obteve a maior pontuação entre os países estudados. A Alemanha ficou com a segunda, enquanto a Nova Zelândia e a Austrália, a terceira, seguidas de Canadá e Estados Unidos.

O segundo estudo se aprofunda nos motivos pelos quais os custos sanitários nos Estados Unidos são muito mais elevados que em outros oito países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico): Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Japão, Holanda e Nova Zelândia.

Intitulado “Comparações multinacionais de dados de sistemas de saúde”, o estudo conclui que embora os Estados Unidos gastem mais que o resto em seguros de saúde públicos e privados, os cidadãos americanos têm o maior número de anos perdidos devido a doenças circulatórias, respiratórias e diabetes.

“Este estudo joga por terra muitos mitos sobre o sistema de saúde americano”, disse Davis. “Gastamos três vezes mais do que gasta um país médio em um dia de internação hospitalar e também gastamos o dobro do que gasta um país médio em receitas médicas”.

A assistência média provavelmente será um tema de destaque nas eleições presidenciais de 2008. Muitos pré-candidatos já prometeram resolver o problema dos altos custos e da pressão que enfrentam as grandes empresas para oferecer seguros médicos.

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