O mercado de seguros voltou a se reunir para avançar nas conversas sobre o futuro a fim de explorar novas oportunidades com a segunda edição do CQCS Inovação – Roda de Conversa, que aconteceu na última terça-feira (29), no auditório da Escola de Negócios e Seguros, no Rio de Janeiro (RJ). Com o tema “Mudanças Climáticas: O que o mercado de seguros aprendeu com as tragédias recentes e como se preparar para os riscos futuros?”, o bate-papo contou com a participação de Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), e Frederico Knapp, CFO do IRB(Re) e mediação de Gustavo Doria Filho e Pedro London, respectivamente, fundador e diretor executivo do CQCS.
“Hoje, discutimos as mudanças climáticas. Refletimos sobre o que aprendemos, o que ainda podemos melhorar e qual legado essa experiência está deixando.”, pontuou Gustavo Doria Filho. Para ele, a contribuição dos convidados foi essencial: “O bate-papo com Dyogo Oliveira foi sensacional. O Fred contribuiu com a visão do resseguro, nos mostrando como esse tema é tratado em nível global e como os países estão se preparando para lidar com esses novos riscos”, completou.
O fundador do CQCS também destaca a importância do Rio de Janeiro. De acordo com ele, a cidade merece toda a atenção teve um papel fundamental, especialmente com o apoio da Aconseg-RJ. “Tivemos uma presença expressiva de assessorias, um sinal claro de que esse diálogo está alcançando quem realmente faz a diferença no mercado”, ressaltou.
A conversa antecipa o mote principal do CQCS Insurtech & Inovação, evento promovido pelo CQCS, que acontecerá nos dias 11 e 12 de novembro, em São Paulo: “O novo mercado de seguros – como proteger mais e melhor uma sociedade em tempos de mudanças constantes?”.
Dyogo Oliveira afirma que o assunto é de alta relevância e tem preocupado todo o setor securitário do Brasil e do mundo. “Nós temos enfrentado muitos eventos climáticos no Brasil. O último, no Rio Grande do Sul, foi o maior: mais de R$ 6 bilhões de impacto, mais de 58 mil apólices afetadas e, acima de tudo, uma grande perda humana, social e material”, destaca. De acordo com o executivo, o setor tem um grande papel a desempenhar, como a ampliação da cobertura. “É lamentável que apenas 6% das perdas no Rio Grande do Sul tenham sido cobertas pelo setor segurador e que menos de 15% das residências no Brasil tenham seguro”, completou.
Apesar da necessidade, Oliveira pontua desafios de expansão do seguro: a cobertura da infraestrutura do país; cobertura do setor agrícola brasileiro, que também é mínima – menos de 7% da área plantada; cobertura das pessoas afetadas por enchentes e catástrofes climáticas. Em relação a isso, o presidente da Confederação relembra a criação do seguro social de catástrofe, para oferecer uma verba emergencial de R$ 10 mil para as famílias afetadas por cada evento.
“É dever do setor segurador, junto à sociedade brasileira, apresentar propostas, soluções, encaminhar produtos, criar mecanismos de educação securitária, de informação e formação da nossa população, para que todos percebam a importância e a relevância de ter o seguro cada vez mais presente na vida do brasileiro”, afirmou.
Também confirmado no CQCS Inovação – Roda de Conversa, Frederico Knapp, CFO do IRB(Re), reforça que o setor de seguros tem um papel importante para entender as novas dinâmicas e o que significa. “Foi um ótimo bate-papo, com bastante representante do mercado e a oportunidade de colocar um pouco das preocupações e do que a indústria precisa fazer para que a gente consiga evitar a exposição que, eventualmente, nos assola”, comentou.
Além dos mediadores e dos palestrantes, o evento foi proveitoso para os convidados. Luiz Felipe Baeta Neves, presidente da Aconseg-RJ, ressalta a importância. “Foi um momento muito oportuno para a gente se aprofundar nos assuntos pertinentes ao mercado. Foi interessante e eficaz para todos nós”, concluiu.