Notícias | 6 de junho de 2025 | Fonte: CQCS | Adriane Sacramento

Setor de seguros une Brasil e França em agenda comum por inovação e proteção

A aliança Brasil-França em prol do desenvolvimento do mercado brasileiro e mercado francês de seguros foi fortalecida nesta quarta-feira, 4 de junho. A CNseg em parceria com a France Assureurs, entidade representativa do setor segurador na França, reuniu, na sede da CNP Assurances, em Paris, executivos de empresas brasileiras, representantes, parlamentares e membros do governo para discutir temas e desafios comuns para o setor em ambos os países.

Ao longo do encontro, foram debatidos temas centrais para o futuro do setor, como o papel dos seguros frente às mudanças climáticas e ao aumento de desastres naturais, ressaltando sua função na proteção social e de investimentos. O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, lembrou a dissociação entre o número de propriedades seguradas no Brasil e na França, e como o modelo francês deve servir de exemplo:

“Enquanto a França tem 97% das residências com seguro residencial, o Brasil tem menos de 15%”, disse o executivo. “O sistema deles tem 100% de proteção contra catástrofes provenientes do clima. No Brasil, ainda estamos trabalhando na ideia do seguro social de catástrofes e em outras ideias, a fim de oferecer uma proteção para a sociedade brasileira contra eventos climáticos que possam ocorrer”, apontou.

Para Oliveira, o fórum reforçou a integração internacional do setor em um momento estratégico, qualificando como parte da agenda oficial. “Essa não é uma iniciativa singular e esporádica. A CNseg tem promovido uma sequência de eventos internacionais justamente para aproximar o mercado brasileiro de experiências globais, aprender boas lições e fortalecer a capacidade do setor de crescer e proteger cada vez mais a sociedade brasileira”, afirmou.

Além das mudanças climáticas, também foram abordados os desafios da regulamentação da inteligência artificial, segurança cibernética e combate à fraude, buscando equilibrar inovação e supervisão ética. Outro ponto discutido foi o uso do seguro como ferramenta para viabilizar projetos de infraestrutura, especialmente via PPPs, além dos avanços e perspectivas do Open Insurance nos dois países.

Rachel Sadji, Policy Adviser de Assuntos Europeus e Internacionais da France Assureurs, ressaltou a importância do fórum como instrumento de aproximação entre os dois países. “Temos operadores franceses atuando no Brasil, e é importante solidificar essa relação e, ao mesmo tempo, permitir que os atores brasileiros conheçam melhor o nosso mercado ajudando a reforçar os laços econômicos”, afirmou.

Anfitriã do encontro, a CNP Assurances também destacou a importância da troca de experiências para o avanço do setor. “É uma oportunidade fundamental de troca de conhecimento entre França e Brasil, com temas variados como mudanças climáticas, inteligência artificial e inovação”, afirmou Maximiliano Villanueva, diretor da Unidade de Negócios América Latina. 

Segundo Villanueva, a CNP, como parte do polo financeiro público francês, tem o compromisso de atuar como investidora responsável e sustentável, e pode contribuir com o Brasil ao compartilhar práticas avançadas da Europa. “O Brasil também tem muito a agregar, especialmente em temas como produtos inclusivos, voltados à população menos favorecida”, destacou.

Empresas do setor reforçam alinhamento com agenda climática, tecnológica e institucional

O uso responsável da inteligência artificial no setor foi destacado por Richard Vinhosa, CEO da EZZE Seguros. “O Brasil tem uma legislação bastante forte, que precisa ser efetivamente executada e aplicada, e todo o trabalho tem sido desenvolvido pelas seguradoras, com a liderança da Confederação no Brasil”, afirmou. Segundo ele, esse compromisso é essencial para garantir transparência no tratamento dos dados dos clientes e promover benefícios reais para a sociedade.

Com foco nos desafios do mercado brasileiro, Pedro Farme, CEO da Guy Carpenter, destacou a importância de trazer soluções globais para o setor local. “O mercado brasileiro é muito grande e único, com desafios como as mudanças climáticas e a necessidade de reduzir o gap de proteção”, lembrou. “Aproximar soluções globais dos nossos clientes é fundamental”, acrescentou.

Ivo Jucá Machado, vice-presidente e cofundador da EZZE Seguros, enfatizou o papel da CNseg como agente fundamental no avanço das discussões do mercado brasileiro. “A CNseg, sob a presidência de Dyogo Oliveira, tem se consolidado trazendo pautas importantes, como questões ambientais, inteligência artificial e segurança cibernética”, pontuou. 

De acordo com Leonardo Deeke Boguszewski, presidente do Conselho de Administração da Junto, a discussão com o público estrangeiro ressaltou “a importância do mercado de infraestrutura no Brasil neste momento”, que vai além dos benefícios para a sociedade e o poder público. “Investidores encontram no Brasil um ambiente adequado para oferecer retornos apropriados para seu capital, e os seguradores também têm papel fundamental nessa agenda”, disse.

Para Luciano Calheiros, vice-presidente comercial da AXA no Brasil, o fórum foi uma oportunidade fundamental para estreitar relações e trocar experiências entre os mercados brasileiro e francês. “É um momento marcante, principalmente para a AXA, participar do evento, que possui boas discussões. É um evento marcante. Fico muito feliz de ter participado e reforçado o compromisso da AXA no Brasil”, comentou.

Stephanie Zalcman, diretora técnica e de operações da Wiz Corporate, também ressaltou a importância da experiência vivida em Paris para compreender o momento de aproximação entre Brasil e França no setor de seguros. “Foi uma experiência incrível, não só pelo fato de estar em Paris, mas por entender a união e a fusão de conhecimentos e relacionamentos que o Brasil tem tido com a França”, disse.

Diálogo entre setor de seguros e poder público favorece a criação de normas e soluções

A relação entre o setor de seguros e o poder público é uma base importante para a criação de políticas que realmente atendam às necessidades da população. O deputado federal Fernando Monteiro ressaltou a importância desse diálogo: “Parabenizo a CNseg por nos propor essa oportunidade de aprender, debater e, principalmente, fazer o que é mais importante na política”, disse. “É ouvindo que nós conseguimos promover o que é importante para mudar a vida das pessoas”, acrescentou.

O senador Eduardo Gomes Alban destacou que o intercâmbio internacional contribui diretamente para elevar o padrão da legislação no Brasil. “Essa oportunidade vai influenciar positivamente as matérias que estamos analisando, mas principalmente as iniciativas de novas matérias ligadas ao seguro que podem ter uma qualidade melhor”, afirmou.

Representando o Ministério de Portos e Aeroportos, Helena Venceslau, diretora de Assuntos Econômicos da Secretaria Executiva, apontou o papel do setor segurador diante dos desafios climáticos que impactam a infraestrutura logística do país. “Vamos voltar para o Brasil com muitas ideias e soluções para que o nosso setor seja muito bem atendido pelo setor segurador”, disse.

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