Notícias | 3 de abril de 2024 | Fonte: CQCS | Adriane Sacramento

Seguros de Pessoas no Brasil: crescimento, oportunidades e desafios


Dados do relatório Síntese Mensal da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que o segmento de seguros de pessoas movimentou R$ 20,85 bilhões em janeiro de 2024, o que gerou um crescimento de 17,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Essa movimentação contribuiu para a aceleração do setor, cuja arrecadação no primeiro mês deste ano foi de R$ 35,08 bilhões, representando uma alta de 12,5% em relação ao primeiro mês de 2023.

Nos seguros de pessoas, o seguro de vida registrou R$ 2,61 bilhões, uma alta de 16,9% em comparação a janeiro de 2023. O relatório da Susep aponta também para os seguros prestamista e acidentes pessoais, que arrecadaram R$ 1,55 bilhões e R$ 0,76 bilhões e registraram altas de 6,8% e 29,2%, respectivamente. A arrecadação do VGBL cresceu 18,8%, com arrecadação de R$ 15,36 bilhões. O PGBL, por sua vez, arrecadou 18,6% a mais, fechando com R$ 0,93 bilhão no primeiro mês do ano.

De acordo com Rogério Araújo, CEO da TGL Consultoria, os resultados do mercado de seguros de pessoas reforçam a grande oportunidade que o setor vive. O executivo afirmou que os números mostram que, definitivamente, “o tema planejamento financeiro passou a fazer parte do dia a dia da nossa sociedade, das famílias, entre as pessoas economicamente ativas”.

Segundo uma pesquisa do Instituto DataFolha, feita a pedido da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), apenas 9% das regiões Norte e Nordeste possuem seguro de vida, sendo que nacionalmente o percentual é de 18%. Por outro lado, o seguro funeral tem a maior adesão: 21%.

Araújo pontuou que o país possui uma extensão territorial bastante ampla, e nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (atualmente em crescimento) há maior atuação de corretores de seguros e planejadores financeiros especializados no seguro de vida e em previdência. No Nordeste, entretanto, é pequeno o número de profissionais especializados, “o que é uma oportunidade de expansão para quem já atua nessas regiões, atuar também no Nordeste”. 

A expansão é também benéfica para as seguradoras e entidades de classe, uma vez que existe a possibilidade de formar novos profissionais em uma região rica, que “tem pessoas com bom poder aquisitivo, grandes empresários, grandes profissionais, com grandes necessidades, mas faltam profissionais qualificados para poder fazer o trabalho”.

Em relação às oportunidades, Araújo destacou o fato de que o país conta com aproximadamente 64 milhões de brasileiros economicamente ativos sem o princípio básico de qualquer planejamento financeiro, sem o seguro de vida. O executivo levantou ainda um ponto alarmante: muitos dos mais de 60 milhões de pessoas nunca foram abordados com a oferta desse produto. 

“Por outro lado, as recentes reformas da previdência social, que foram e serão inevitáveis, por exemplo, em razão do efeito da longevidade cada vez mais do brasileiro, nos trouxeram a certeza de que o sistema de previdência pública é insuficiente para custear todas as aposentadorias e benefícios da população, o que, inevitavelmente, gerará novas reformas, reduzindo benefícios”, disse CEO da TGL Consultoria.

Ainda conforme Araújo, diante das oportunidades, é natural o crescimento da carteira de seguros de vida e de previdência. Contudo, o executivo destacou que o setor ainda possui um grande desafio, que é o de melhorar consideravelmente a qualidade da oferta, apresentando os benefícios como soluções, e não apenas como o foco em vendas. Segundo ele, para que tudo isso possa acontecer é necessário conhecer os clientes, bem como os sonhos, objetivos e necessidades de cada um deles. 

“Um trabalho de venda consultiva se faz necessário, evitando assim uma sociedade com a falsa sensação de proteção, com produtos inadequados ao seu perfil”, finalizou.

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