Cobertura é escolhida por viajantes que querem proteção extra ou vão para países onde o seguro é obrigatório. Saiba o que considerar ao contratar o serviço.
A arrecadação de seguros viagens no Paraná aumentou 68% de janeiro a abril de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
A modalidade é escolhida por pessoas que desejam ter uma proteção ou para viajantes que vão a países onde o seguro é obrigatório (saiba quais a seguir).
No Brasil, a arrecadação com a venda do produto aumentou 273% de 2020 a 2022. No Paraná, o avanço foi de 134%, conforme a CNseg.
Profissionais da área avaliam que a alta pode ser atribuída à retomada das viagens após a pandemia do coronavírus.
Luiz Longobardi Junior, diretor de uma rede de corretoras, considera que o seguro viagem é um investimento.
“O viajante precisa entender que o seguro viagem possui um ótimo custo-benefício se considerarmos todos os imprevistos que podem acontecer, já que qualquer acidente ou pequeno desconforto pode gerar um gasto enorme para o viajante”, afirma.
Na empresa onde Longobardi Junior atua, o número de contratações do seguro viagem em todo o Brasil cresceu 36,7% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022.
De 2021 a 2022, as corretoras de seguros da rede registraram alta de 525% nas vendas de seguro viagem.
Veja perguntas e respostas sobre o seguro viagem.
- Quais os tipos de seguro viagem e o que considerar na hora de escolher?
- O que um seguro viagem cobre?
- O seguro viagem é obrigatório?
- É possível fazer um seguro para uma viagem nacional?
- Quem faz intercâmbio precisa de seguro viagem?
- Como fazer um seguro viagem?
- Quais os principais seguros viagem?
Quais os tipos de seguro viagem e o que considerar na hora de escolher?
Longobardi Junior explica que existem diversos tipo de seguro viagem: nacional, internacional, para estudante, para intercâmbio, para gestantes, para idosos e até focado no formato da viagem, como o seguro para cruzeiro marítimo, por exemplo.
Ele recomenda que o viajante busque ajuda de um corretor de seguros, que irá analisar o perfil do cliente e oferecer um seguro de viagem personalizado.
Na hora da contratação, a pessoa deve considerar qual o destino e programação. É preciso levar em conta: se a viagem exige um seguro específico, qual o tempo de duração, quais lugares serão visitados, entre outros pontos.
O que um seguro viagem cobre?
Um seguro viagem pode oferecer cobertura em casos de:
- morte acidental em viagem;
- invalidez permanente total ou parcial por acidente em viagem;
- despesas médicas e hospitalares;
- despesas odontológicas;
- regresso sanitário (caso o viajante tenha emergência médica, não consiga seguir viagem e tenha despesas com deslocamento);
- traslado de corpo e traslado médico;
- retorno de acompanhantes;
- retorno de menores;
- visita ao segurado hospitalizado;
- hospedagem de acompanhante;
- despesas com fisioterapia em viagem;
- hospedagem após alta hospitalar;
- garantia de viagem de regresso;
- regresso antecipado do segurado;
- extravio de bagagem;
- atraso de bagagem;
- despesas farmacêuticas;
- cancelamento de viagem;
- interrupção de viagem.
O seguro viagem é obrigatório?
Em alguns países o Seguro Viagem é obrigatório. Na Europa, por exemplo, os países que aderiram ao Acordo de Schengen, que definiu a livre circulação de pessoas entre as nações, exigem o seguro.
Os 27 países que fazem parte do Espaço Schengen são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Tcheca, Suécia, Suíça.
“Para o turista, os países com esse tratado têm a obrigatoriedade do seguro viagem com uma cobertura médico hospitalar de, no mínimo, 30 mil euros e envolve a cobertura de situações de regresso sanitário, traslado médico e de traslado de corpo, caso o viajante venha a falecer no continente”, explica Longobardi Junior.
Os brasileiros com dupla cidadania, sendo uma delas europeia, são isentos dessa exigência.
Na América Latina, Cuba e Venezuela também obrigam a contratação do seguro viagem para entrada de turistas. A Irlanda e a Austrália exigem o seguro para intercambistas no país.
Se o viajante chega em um desses países sem o seguro, ele pode ser barrado na imigração e ser obrigado a retornar para o Brasil.
Em outros locais, apesar de não obrigatório, a adesão é recomendada pelos especialistas. Longobardi Junior destaca, por exemplo, o caso dos Estados Unidos.
Lá, o seguro não é exigido, mas é altamente indicado pelos corretores por ser um dos destinos sem sistema público de saúde, onde os serviços médicos são caros.
Os corretores reforçam que, antes de viajar, é importante consultar as informações no site do consulado ou do órgão responsável pelo turismo no país para conferir as regras vigentes.
É possível fazer um seguro para uma viagem nacional?
Sim. Longobardi Junior explica que é possível fazer um seguro viagem mesmo para deslocamentos dentro do Brasil.
“Existem produtos de seguro viagem nacional, que é para aquele turista que não quer depender exclusivamente do SUS ou que não possui um plano de saúde amplo e também porque esse produto vai além dos gastos médicos e hospitalares, mesmo em viagem dentro do Brasil, o contratante conta com as assistências, como extravio de bagagem, cancelamento de voo entre outros serviços durante a viagem”, reforça.
Pessoas que fazem intercâmbio precisam fazer um seguro viagem?
Sim. De acordo com Longobardi Junior, atualmente as seguradoras possuem produtos específicos para seguro viagem para intercâmbio.
“Se o estudante está em intercâmbio e passa por um problema, sem o seguro viagem corre o risco de ter que encurtar o intercâmbio por gastos não previstos. Com o seguro, ele fica mais tranquilo e segue o restante da viagem sabendo que está coberto”, explica.
Como contratar um seguro viagem?
A orientação dos corretores é adquirir um seguro viagem com antecedência, de preferência até 15 dias antes da viagem. Dessa forma o cliente pode identificar qual é o seguro que se encaixa melhor no caso dele.
Porém, existe a possibilidade de contratação de um seguro na véspera da viagem.
Alguns cartões de crédito possuem seguro viagem, porém, Longobardi Junior reforça que é importante saber a quais condições ele se aplica.
“Algumas empresas de cartões exigem que o pagamento das passagens aéreas e todas as taxas sejam feitas no próprio cartão para ter direito ao benefício. Outro empecilho é que a apólice em que a companhia do cartão coloca à disposição do cliente é uma de forma padronizada. Podendo, inclusive, não ser adequada ao destino, ao viajante ou até ao que ele precisa”, explica.
Ainda conforme o profissional, ainda que o viajante compre um pacote de viagens por meio de uma agência, por exemplo, ele pode contratar o seguro com o corretor ou seguradora de preferência.
Quais os principais seguros viagem?
- Assist Card
- Allianz Travel
- Global Travel Assistance
- Affinity Seguro Viagem
- SulAmérica
- Porto Seguro
- Cartão Visa
- Cartão MasterCard
- Banco Santander
- Ciclic (Startup do Banco do Brasil)
- Banco Itaú
- Banco Bradesco
- Caixa Econômica Federal
*Com colaboração de Gustavo Fernandes, assistente de produtos digitais do g1 Paraná.